No desenvolvimento
de projetos de redes de computadores é muito comum
se trabalhar com orçamentos apertados e prazos curtos
e, mais comum ainda, não se poder precisar o quanto
o usuário irá obter em termos de produtividade e lucratividade.
Por esse motivo, é interessante tanto para a equipe
que desenvolve o projeto quanto para o usuário calcular
o Retorno do Investimento (ROI - Return On Investment).
O que é
Criado em 1977, pelo
Gartner, o conceito de Retorno do Investimento se
disseminou e ganhou popularidade na área de Tecnologia
da Informação na década de 1990, quando os projetos
de implementação de ERP (os pacotes integrados de
gestão), se tornaram uma febre.
O ROI apresenta claramente
uma estimativa das vantagens que um projeto poderá
trazer. O retorno pode ser representado como corte
nos custos, maior participação no mercado (market
share), conscientização da marca (branding awareness),
aumento direto nas vendas (no caso de e-commerce),
influência nas compras, etc. Um preceito básico, no
entanto, é que ele deve ser medido sempre em conjunto
com o conceito de TCO (Total Cost of Ownership ou
Custo Total de Propriedade).
Definições
Embora muitos profissionais
ainda considerem o ROI como um exercício de matemática
que sofre constantes alterações e padece de erros,
ele significa o retorno de determinado investimento
realizado e contabilizado em meses nos quais ele será
amortizado para então começar a gerar lucros. Ou seja,
o ROI tende a precisar quanto tempo uma empresa deve
demandar para recuperar aportes feitos em um determinado
equipamento ou tecnologia e, assim, responder se o
investimento é realmente viável.
Outra definição para
ROI seria a relação entre produção real e capacidade
efetiva ou capacidade efetiva pela capacidade do projeto
ou ainda capacidade do projeto por ativo total. Complexo?
Talvez, mas como a origem do ROI é o mundo econômico
suas nuances são uma evolução da velha máxima da entrada
e saída de capital.
Outros fatores, não
tão concretos, podem fazer a diferença na adoção de
um projeto como a melhoria da qualidade, a maior velocidade
e a confiabilidade dos serviços obtidos com um investimento
em TI, porém como são de complexa mensuração, eles
dificilmente entram na formulação do ROI. Aqui, o
objetivo é puramente econômico. O gerente do projeto
precisa verificar a evolução e a projeção dos números.
Conceitos
Todas as empresas
assumem riscos se querem recompensas; em parte, é
disso que trata o Retorno do Investimento (ROI). Em
troca da quantia de dinheiro gasta, a empresa espera
recuperar mais do que esse valor de volta.
O projeto de uma rede
deve oferecer resultados nos campos financeiro, tecnológico
e estratégico, além é claro, de benefícios para seus
usuários. O ROI, neste caso, é mais um elemento no
processo de montagem do projeto, fornecendo subsídios
poderosos para que os riscos do investimento sejam
devidamente analisados.
Embora o retorno do
investimento de uma empresa nunca seja igual ao de
outra, um componente primordial da equação que está
presente para todas é a relação do tempo despendido
no projeto, com a idéia do cumprimento de prazos e
do número de meses que justificam o investimento.
Atualmente busca-se um ROI (medido sempre em meses)
cada vez mais rápido para os projetos, assim maior
será o impacto no ciclo de produtos ou naquele setor
envolvido e, maiores os lucros.
Muitas vezes é preciso
reavaliar o ROI com o projeto ainda em andamento e,
de posse de dados mais concretos, expandir a métrica
e as avaliações em outras etapas do projeto. Por sinal,
o mercado sistematizou o ROI e criou uma série de
ferramentas, quando não são os próprios sistemas que
possuem um módulo que o contabiliza.
Categorias de ROI
O conceito do ROI
evoluiu internamente em muitas empresas que criaram
categorias de acordo com o tipo de investimento em
TI: aqueles que reduzem custos, os que investem em
segurança, aqueles que criam rendimentos e ainda os
que simplificam os processos. Assim, surgiram diferentes
evoluções ou variantes do ROI no mercado, como o Average
ROI, que parte de médias alcançadas por empresas em
determinado projeto, ou ainda o Cumulative ROI ou
cROI, que representa os ganhos projetados no futuro
pelo projeto, pós tempo do retorno propriamente dito.
Também encontramos o ROSI, para calcular um retorno
tangível para um investimento em segurança, entre
outros.
Um correlato do ROI
é o VOI (Value on Investment), que seria a medida
dos benefícios decorrentes de iniciativas que geram
múltiplos ganhos. Também definido pelo Gartner, em
2001, é voltado especialmente para projetos Web como
Intranets e Extranets, propondo a diferenciação de
métricas para projetos de cunho eminentemente estratégico.
No lugar de avaliar o retorno do investimento é visto
o processo contínuo dos valores gerados.
Calculando o ROI
A maioria das empresas
que investe no treinamento de seu pessoal tem procurando
avaliar esse investimento para mensurar seus resultados.
O investimento tem que dar um retorno vantajoso e,
para medir esse retorno do investimento em treinamento
usa-se, com freqüência, o ROI.
Por exemplo, uma empresa
espera obter como benefícios do treinamento do seu
pessoal de TI um valor da ordem de R$ 150.000,00.
Os custos com esse treinamento são de R$ 15.000,00.
Para calcular o ROI é necessário subtrair o custo
do treinamento dos benefícios que se espera alcançar
e, em seguida, dividir esse valor, que representa
o benefício líquido, do custo:
Benefícios = R$
150.000,00
Custos = R$ 15.000,00
Benefícios – Custos
= R$ 135.000,00
ROI = 135.000,00
/ 15.000,00 = 9,0
Ou seja, para cada
real investido no treinamento, houve um retorno de
R$ 9,00 para a empresa.
Quanto custa
Mapear o ROI é uma
missão onerosa e complexa. De acordo com a Price Waterhouse
Coopers, algo entre 1% e 3% de um projeto de TI, que
demora em média três meses, é consumido na montagem
de um estudo de ROI. Outros institutos de pesquisa,
como a IDC, questionam a aplicação do ROI, classificada
como um desperdício de esforço e verbas.
Conclusão
Para uma boa parte
das empresas que pretendem investir em projetos de
redes, o Retorno do Investimento não é apenas uma
abstração matemática, é uma questão de sobrevivência.
Existem vários métodos
úteis para avaliar os resultados esperados de um projeto
(melhoria da qualidade, aumento dos lucros, aumento
da satisfação dos usuários e clientes, aumento de
produção, aumento das vendas, redução de custos, etc)
e o ROI é um deles.
Resumidamente, as
principais questões que devem ser respondidas no estudo
do ROI são: qual o custo total de implementação, quais
são as fases de implementação e em quanto tempo o
projeto se pagará.
Qualquer cálculo de
ROI é um alvo em movimento, no qual os profissionais
tentam refinar quais são os impactos das mudanças.
Entretanto, os custos variáveis são definidos de forma
muito mais concreta atualmente e este cálculo se torna
um processo bastante interativo. Nesse contexto, o
ROI pode oferecer um ponto de partida para determinar
o valor da implementação de uma determinada solução
de TI para avaliar o valor de um negócio.