Por definição, a Qualidade
de Serviço (Quality of Service – QoS) de uma rede
é garantida pelos componentes da rede e equipamentos
utilizados, estando baseada em um mecanismo fim-a-fim
de garantir a entrega das informações e que deve atuar
na comunicação dos equipamentos envolvidos visando
o controle dos parâmetros de Qualidade de Serviço.
Mas, afinal, o que é a Qualidade de Serviço?
Num primeiro momento,
o termo "Qualidade de Serviço" pode ser
entendido como sendo um requisito das aplicações para
a qual exige-se que determinados parâmetros (atrasos,
vazão, perdas, etc) estejam dentro de limites bem
definidos (valor mínimo e valor máximo). Entretanto,
a garantia de Qualidade de Serviço em redes de computadores
envolve vários níveis de atuação em diversos tipos
de equipamentos e tecnologias, ou seja, esses parâmetros
não estão localizados em apenas um único equipamento
ou componente da rede. Considerando esse fato, a Qualidade
de Serviço deve atuar em todos equipamentos, camadas
de protocolo e entidades envolvidos.
Do ponto de vista
dos usuários, tem-se normalmente que a Qualidade de
Serviço obtida de uma aplicação pode ser variável
e que, a qualquer momento, pode ser alterada ou ajustada
(para melhor ou pior qualidade). A obtenção de uma
QoS adequada é um requisito de operação da rede e
de seus componentes para viabilizar a operação com
qualidade. Por esse motivo a QoS é garantida pela
rede, seus componentes e equipamentos.
Do ponto de vista
dos programas de aplicação, a QoS é tipicamente expressa
e solicitada em termos de "Solicitação de Serviço"
ou "Contrato de Serviço". A solicitação
de QoS da aplicação é denominada tipicamente de SLA
- Contrato de Nível de Serviço (Service Level Agreement).
O SLA tem como objetivo especificar os níveis mínimos
de desempenho que um provedor de serviços deverá manter
a disposição do usuário e o não cumprimento desse
acordo implica em penalidades, estipuladas contratualmente.
Já do ponto de vista
de um gerente ou administrador de uma rede, o entendimento
da QoS é mais orientado no sentido da utilização de
mecanismos, algoritmos e protocolos em benefício de
seus usuários e suporte às aplicações.
Torna-se necessário
considerar também que nem todas as aplicações necessitam
de garantias severas de QoS para ter um desempenho
satisfatório. Dentre as garantias de QoS, a vazão
(ou banda) é o parâmetro mais básico e necessário
para a operação adequada de qualquer aplicação sendo
normalmente considerado durante a fase de projeto
e implantação da rede. Dentre as novas aplicações,
as de multimídia são normalmente aquelas que têm uma
maior exigência de QoS, pois são aplicações que sempre
necessitam de grande vazão e, assim sendo, este torna-se
o parâmetro mais básico e certamente mais presente
nas especificações de QoS.
No caso das redes
de longa distância (redes corporativas, redes metropolitanas,
intranets metropolitanas, etc), onde as velocidades
de transmissão são dependentes da escolha da tecnologia
de rede para a garantia da qualidade de serviço, observam-se
restrições e/ ou limitações nas velocidades utilizadas,
tipicamente devido aos custos envolvidos na operação
da rede. Além desse fator, observam-se também algumas
restrições quanto à disponibilidade tanto da tecnologia
quanto da velocidade de transmissão desejada. O resultado
é que a garantia de QoS é mais crítica em redes metropolitanas
(MAN) e de longa distância (WAN) do que em redes locais
(LAN).
A Qualidade de Serviço
é um aspecto de implantação e operação importante
para as redes de comunicação como um todo. Dessa forma,
a Qualidade de Serviço torna-se um aspecto operacional
importante para o desempenho fim-a-fim das novas aplicações
de redes como voz sobre IP (VoIP), multimídia, etc
e o entendimento dos seus princípios, parâmetros,
mecanismos, algoritmos e protocolos são requisitos
para viabilizar a operação com qualidade de uma aplicação
e a obtenção de uma QoS de rede adequada.