Estamos presenciando
um crescimento exponencial do n�mero de usuários de
redes de computadores e, em conseq�ência, um crescimento
constante de novas aplicações geradoras de tráfego
de diferentes naturezas (áudio, vídeo, aplicações
em tempo real, etc). Muitas destas novas aplicações
são exigentes quanto ao nível do atraso máximo no
transporte dos dados, da variação máxima desse atraso
(jitter), das perdas permitidas ou da largura de banda
disponível.
Assim, para que se
obtenha uma garantia de que as redes de computadores
funcionem corretamente, é preciso aplicar tecnologias
que permitam atingir um nível de tráfego satisfatório
e confiável para dados e aplicações e que determinados
níveis de desempenho sejam garantidos através de uma
política capaz de estabelecer métricas e de caracterizar
e descrever o comportamento da rede no que diz respeito
a sua utilização e performance.
Definindo QoS
Uma definição para
Qualidade de Serviço (QoS) é dada pela recomendação
I.350 do ITU-T, a partir da recomendação E.800, onde
define-se a Qualidade de Serviço como sendo o efeito
coletivo provocado pelas características de desempenho
de um serviço, determinando o grau de satisfação do
usuário, ou seja, a QoS pode ser definida como o conjunto
de características de um sistema necessário para atingir
uma determinada funcionalidade. Pode ser descrita
ainda como um conjunto de par�metros que descrevem
a qualidade de um fluxo de dados específico, por exemplo,
largura de banda, prioridades, etc.
O processo de definição
de QoS para uma rede começa com o estabelecimento
dos par�metros exigidos pelos usuários. Esses par�metros
são mapeados e negociados entre os componentes da
rede assegurando que todos podem atingir um nível
de QoS aceitável. Posteriormente recursos são alocados
e monitorados, havendo possibilidade de renegociação
caso as condições do sistema se alterem.
QoS definida pelo
usuário
O usuário deve especificar
requisitos de QoS definindo os níveis desejados de
confiabilidade dos componentes da rede que serão observados
em tempo de execução. Entretanto, o usuário normalmente
não tem condições de especificar par�metros de baixo
nível, como largura de banda ou mesmo propriedades
das mídias utilizadas como, por exemplo, freq�ência
de amostragem para aplicações de videoconferência.
Assim, é necessário que o projeto forneça um certo
nível de abstração para que o usuário possa definir
o que ele considera aceitável para a satisfação de
suas necessidades.
Podem ser criadas
tabelas (a partir de testes) com faixas comparativas
que estabelecem os níveis de qualidade possíveis para
cada aplicação. A partir daí, o usuário poderá escolher
um valor que atenda a qualidade desejada. Podem-se
ainda apresentar exemplos de mídias antes da execução,
de modo que ele possa escolher a amostra que apresenta
as características desejáveis. O usuário ainda pode
indicar uma opção que seja aceitável quando a primeira
não estiver disponível.
QoS em sistemas multimídia
A Qualidade de Serviço
é um requisito básico das aplicações multimídia, uma
vez que se exige que determinados par�metros relativos
a estas aplicações estejam dentro de limites bem definidos
(valor máximo, valor mínimo, etc). Os requisitos de
QoS devem ser atendidos pela rede, principalmente
quando se trata de aplicações multimídia. Representam
a quantidade de recursos específicos como memória,
cpu, dispositivos de áudio e vídeo, etc, disponíveis
no sistema, que devem ser alocados para as aplicações
multimídia. Estes par�metros de QoS especificam a
quantidade de recursos a serem alocados para uma determinada
aplicação, podendo quantificar o nível do serviço
que está sendo oferecido pelo sistema para estas aplicações.
Em qualquer rede de
comunicação, cada aplicação compete com outras pela
largura de banda que ela precisa para obter uma ótima
performance. Além de assegurar-se que há largura de
banda suficiente, uma performance aceitável depende
que os requisitos de largura de banda para cada aplicação
também sejam satisfeitos. As soluções com esse fim
incluem segregar o tráfego em links individuais ou
usar mecanismos de QoS para designar níveis de largura
de banda variáveis para cada aplicação, dentro de
um link. Estes fluxos de dados possuem restrições
que devem ser respeitadas tanto no tr�mite pela rede
quanto no sistema final, oferecendo assim, um certo
nível de qualidade para o usuário. Neste contexto
aplica-se o conceito de QoS onde o nível de serviço
oferecido a uma aplicação multimídia pode ser medido
e ou garantido através de seus par�metros de QoS.
Para as aplicações
multimídia é desejável que a rede que está transportando
o fluxo gerado possa garantir, de alguma forma, o
QoS especificado pela mesma. Mesmo quando um link
tem a largura de banda adequada e esta banda está
corretamente designada para atender as necessidades
de cada aplicação, a latência (retardo) interfere
na performance da rede, afetando em particular o tempo
de resposta das aplicações.
Os par�metros de QoS
relativos as aplicações multimídia, como largura de
banda, latência e outros, são incluídos na MIB/SNMP
(Management Information Base/Simple Network Management
Protocol) e dessa forma, pode-se ter um controle e
monitoramento das aplicações localmente e no caso
de aplicações multimídia distribuído remotamente,
como por exemplo, aplicação de videoconferência, tele-medicina,
entre outros.

As métricas de QoS
são usadas para caracterizar e descrever o comportamento
da rede no que diz respeito a sua utilização e performance,
podendo ser definidas por um n�mero específico de
par�metros que deverão ser cumpridos para a implementação
da rede de computadores, principalmente quando envolverem
o tráfego de informações através de redes mais amplas,
como a Internet.
Um destes par�metros
envolve a possibilidade de medição dos serviços disponíveis
na rede. A existência de uma boa infra-estrutura de
medição é sempre importante, principalmente durante
o período inicial de implementação de novos serviços.
Através de ferramentas de medição e métricas de QoS
bem definidas pode-se monitorar a performance garantida
na alocação de recursos da rede.
Os resultados das
principais métricas de QoS, fornecidas pela aplicação
sob a forma de tabelas, gráficos e de uma visualização
on-line, tornam possível reajustar e corrigir os valores
de parametrização dos diversos mecanismos e melhorar
o desempenho global da rede. Devido ao significado
e definição próprio de cada métrica, a seleção das
métricas mais adequadas para um estudo de performance
em redes depende de vários fatores, tais como:
Objetivos específicos
do estudo de performance;
Características
da topologia que é objeto de estudo;
Os protocolos e
serviços operados nesta topologia.
Alguns dos indicadores
mais significativos para o estudo de performance em
redes com aplicações multimídia estão relacionados
na tabela seguinte.