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:: Falando de Automação Predial

José Mauricio Santos Pinheiro em 20/10/2004

 

A partir da década de 1990, a abertura dos mercados de informática e de telecomunicações no Brasil possibilitou a popularização de diversas tecnologias de controle e serviços de automação. Sistemas que antes eram utilizados exclusivamente nos ambientes corporativos das empresas e do comércio passaram igualmente a ser projetados e utilizados também nos ambientes domésticos.

Nesse universo, a automação predial se desenvolveu tendo como objetivo principal a melhoria do estilo de vida dos ocupantes de uma edificação através do aumento do conforto ambiental, da segurança física e do aumento da eficiência energética da casa ou escritório, tornando o ambiente mais confortável, seguro e eficiente.

A necessidade de maior conforto, informação e segurança não foram os �nicos motivadores desse desenvolvimento. Os equipamentos eletroeletr�nicos também evoluíram e passou a ser cada vez mais interessante para os fabricantes promover a integração das diversas funcionalidades de cada um. Dentro desse conceito, a automação predial englobou o controle dos diversos dispositivos de iluminação, entretenimento, segurança, telecomunicações, controles de temperatura ambiental, eletroeletr�nicos, eletrodomésticos e outros.

Pequeno Histórico

Cronologicamente o desenvolvimento dos sistemas de automação predial ocorreu depois de seus similares nas áreas industrial e comercial, sendo que os primeiros sistemas de controle automatizados foram concebidos na década de 1970 para aplicações especificamente industriais.

Consolidada a automação industrial, o comércio foi o próximo segmento contemplado com as tecnologias de automação na década de 1980. Foi nesse período que surgiram os primeiros prédios chamados de "prédios inteligentes", que normalmente eram voltados para o uso comercial, equipados com sistemas automatizados destinados ao atendimento dos serviços de comunicação, sistemas de ar condicionado e aquecimento, segurança patrimonial, controle de acesso, entre outros.

A partir da década de 1990, com as propostas de padronização apresentadas pelos organismos e grupos de padronização internacionais e também graças aos avanços nas tecnologias das redes de computadores, foram conseguidos maiores índices de integração entre as diversas topologias dos sistemas existentes. Essa integração de tecnologias representou o suporte necessário aos diversos dispositivos e acessórios envolvidos na elaboração de um projeto de automação predial completo. Com isso, os projetos que até então se destinavam apenas à telefonia ou aos sistemas de aquecimento e energia, passaram a observar os novos requisitos dos sistemas para voz, dados e imagem.

Mercado Doméstico

A realidade atual é que cada vez mais se trabalha em casa, cada vez mais o trabalho se parece com a nossa casa, ou nossas casas vão assumindo ares de escritório. As residências, como complementos dos escritórios, passaram a solicitar então uma maior demanda por serviços com maiores índices de conforto, novos sistemas de comunicação e espaço para o entretenimento. Esse novo mercado de automação representado pelos pequenos escritórios e usuários domésticos ficou conhecido como "Mercado SOHO" (Small Office & Home Office), tornando-se fato na arquitetura, no mobiliário, nas comunicações e até mesmo nos eletrodomésticos mais modernos.

O mercado doméstico de automação também é caracterizado por um n�mero crescente de dispositivos e periféricos dotados ou não de algum tipo de processamento, associados a equipamentos eletr�nicos e eletrodomésticos que, apesar de não ter ainda o mesmo apelo mercadológico dos sistemas de automação industriais e comerciais, tornou-se uma vitrine justamente por integrar itens sofisticados de tecnologia e demonstrar, na prática, as vantagens proporcionadas pela automação. Construtores, integradores e até mesmo os ocupantes desses novos prédios passaram a encarar a realidade da automação predial como uma parte essencial de qualquer projeto arquitet�nico.

Cabeamento Predial

Até o início da década de 1990, a automação predial era associada somente aos projetos de grandes edifícios e os sistemas de cabeamento destinados à transmissão de voz, dados e imagem, utilizavam estruturas proprietárias, sendo que os projetos de automação eram executados de forma independente, não existindo, portanto, um padrão comum para ser seguido por construtores, fabricantes de equipamentos e integradores.

Atualmente, muitas das tecnologias desenvolvidas para automação predial já estão incorporadas de fato aos novos projetos e essa demanda do mercado doméstico gerou a necessidade de uma infra-estrutura de cabeamento capaz de suportar as atuais e novas aplicações das telecomunicações e de controle predial, devendo ser capazes de permitir o funcionamento adequado de todos os sistemas em operação.

O fato é que para a implantação de um projeto que atenda aos requisitos destes sistemas, é necessário um planejamento prévio e que a execução do projeto seja feita por pessoal técnico especializado. Da mesma forma, é crucial o emprego de mão-de-obra qualificada para a instalação e o teste de todos os dispositivos envolvidos. Um projeto de automação predial deve prever uma estrutura capaz de suportar todos os tipos de dispositivos de automação eletroeletr�nicos (sensores, atuadores, etc), equipamentos para voz, imagens e dados. Também deve incluir igualmente todos os serviços adicionais possíveis ao nível de automação para o bem estar dos ocupantes da edificação.

Com essa finalidade, os projetos passaram a adotar uma infra-estrutura baseada em normas e técnicas de cabeamento estruturado, o que possibilitou um sistema com conectividade universal, capaz de atender ao crescimento das exigências e novos serviços de seus ocupantes, possibilitando ainda a atualização tecnológica dos dispositivos constituintes. As diversas normas técnicas, utilizadas em conjunto, passaram a estabelecer um padrão para a instalação dos sistemas de cabeamento visando assegurar a uniformidade e interoperabilidade dos diversos dispositivos e acessórios, garantindo um desempenho mínimo para o sistema de automação como um todo.

Automação Residencial

A Automação Residencial tem a finalidade de minimizar a intervenção do homem nas rotinas da vida contempor�nea, tornando a vida no lar mais prática, segura e confortável, sem deixar de lado o aspecto pessoal e familiar necessário a um agradável ambiente. Entre estas rotinas encontra-se, por exemplo, a operação de sistemas como segurança, iluminação, controle térmico e entretenimento.

Dentro do conceito de Automação Residencial, três são os graus de integração destes sistemas:

Sistemas Aut�nomos - são sistemas independentes e não há a interligação entre os dispositivos;

Sistemas Integrados - todos os sistemas estão integrados a um controlador (central de automação);

Sistemas Complexos - princípio de funcionamento da casa inteligente, onde o sistema pode ser personalizado de acordo com a vontade do usuário.

A Automação Residencial é um mercado em crescente expansão. A Associação Brasileira de Automação Residencial (Aureside) estima que no Brasil, nos próximos 5 anos, cerca de 40% das residências de médio e alto padrão apresentarão algum sistema de automação.

Conclusão

A automação predial passou a ser sin�nimo para integração e uma tendência mundial na medida em que racionaliza o uso da energia, além de proporcionar conforto e segurança para os ocupantes de uma edificação. Trata-se de um mercado em crescente expansão e com um potencial bastante expressivo, onde existem in�meras aplicações e produtos para facilitar as atividades do dia-a-dia visando trazer mais conforto para seus usuários.

Da função mais simples a mais complexa, existem um ou mais sistemas de automação que permitem que cada ponto de uma residência seja controlado de modo inteligente, tanto individualmente quanto em conjunto com o restante do sistema. Por esse motivo as aplicações de automação predial permitem um projeto arquitet�nico moderno, à frente daqueles que desconsideram as exigências do mundo moderno, como conforto, praticidade e segurança.


José Maurício Santos Pinheiro
Professor Universitário, Projetista e Gestor de Redes, 
membro da BICSI, Aureside e IEC.

Autor dos livros:
 
· Guia Completo de Cabeamento de Redes ·
· Cabeamento Óptico ·
· Infraestrutura Elétrica para Redes de Computadores
·
· Biometria nos Sistemas Computacionais - Você é a Senha ·

E-mail: jm.pinheiro@projetoderedes.com.br

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