A
partir da década de 1990, a abertura dos mercados de
informática e de telecomunicações no Brasil possibilitou
a popularização de diversas tecnologias de controle
e serviços de automação. Sistemas que antes eram utilizados
exclusivamente nos ambientes corporativos das empresas
e do comércio passaram igualmente a ser projetados e
utilizados também nos ambientes domésticos.
Nesse universo, a automação
predial se desenvolveu tendo como objetivo principal
a melhoria do estilo de vida dos ocupantes de uma edificação
através do aumento do conforto ambiental, da segurança
física e do aumento da eficiência energética da casa
ou escritório, tornando o ambiente mais confortável,
seguro e eficiente.
A necessidade de maior
conforto, informação e segurança não foram os únicos
motivadores desse desenvolvimento. Os equipamentos eletroeletrônicos
também evoluíram e passou a ser cada vez mais interessante
para os fabricantes promover a integração das diversas
funcionalidades de cada um. Dentro desse conceito, a
automação predial englobou o controle dos diversos dispositivos
de iluminação, entretenimento, segurança, telecomunicações,
controles de temperatura ambiental, eletroeletrônicos,
eletrodomésticos e outros.
Pequeno Histórico
Cronologicamente
o desenvolvimento dos sistemas de automação predial
ocorreu depois de seus similares nas áreas industrial
e comercial, sendo que os primeiros sistemas de controle
automatizados foram concebidos na década de 1970 para
aplicações especificamente industriais.
Consolidada a automação
industrial, o comércio foi o próximo segmento contemplado
com as tecnologias de automação na década de 1980. Foi
nesse período que surgiram os primeiros prédios chamados
de "prédios inteligentes", que normalmente
eram voltados para o uso comercial, equipados com sistemas
automatizados destinados ao atendimento dos serviços
de comunicação, sistemas de ar condicionado e aquecimento,
segurança patrimonial, controle de acesso, entre outros.
A partir da década de
1990, com as propostas de padronização apresentadas
pelos organismos e grupos de padronização internacionais
e também graças aos avanços nas tecnologias das redes
de computadores, foram conseguidos maiores índices de
integração entre as diversas topologias dos sistemas
existentes. Essa integração de tecnologias representou
o suporte necessário aos diversos dispositivos e acessórios
envolvidos na elaboração de um projeto de automação
predial completo. Com isso, os projetos que até então
se destinavam apenas à telefonia ou aos sistemas de
aquecimento e energia, passaram a observar os novos
requisitos dos sistemas para voz, dados e imagem.
Mercado Doméstico
A realidade atual
é que cada vez mais se trabalha em casa, cada vez mais
o trabalho se parece com a nossa casa, ou nossas casas
vão assumindo ares de escritório. As residências, como
complementos dos escritórios, passaram a solicitar então
uma maior demanda por serviços com maiores índices de
conforto, novos sistemas de comunicação e espaço para
o entretenimento. Esse novo mercado de automação representado
pelos pequenos escritórios e usuários domésticos ficou
conhecido como "Mercado SOHO" (Small Office
& Home Office), tornando-se fato na arquitetura,
no mobiliário, nas comunicações e até mesmo nos eletrodomésticos
mais modernos.
O mercado doméstico
de automação também é caracterizado por um número crescente
de dispositivos e periféricos dotados ou não de algum
tipo de processamento, associados a equipamentos eletrônicos
e eletrodomésticos que, apesar de não ter ainda o mesmo
apelo mercadológico dos sistemas de automação industriais
e comerciais, tornou-se uma vitrine justamente por integrar
itens sofisticados de tecnologia e demonstrar, na prática,
as vantagens proporcionadas pela automação. Construtores,
integradores e até mesmo os ocupantes desses novos prédios
passaram a encarar a realidade da automação predial
como uma parte essencial de qualquer projeto arquitetônico.
Cabeamento Predial
Até o início da década
de 1990, a automação predial era associada somente aos
projetos de grandes edifícios e os sistemas de cabeamento
destinados à transmissão de voz, dados e imagem, utilizavam
estruturas proprietárias, sendo que os projetos de automação
eram executados de forma independente, não existindo,
portanto, um padrão comum para ser seguido por construtores,
fabricantes de equipamentos e integradores.
Atualmente, muitas das
tecnologias desenvolvidas para automação predial já
estão incorporadas de fato aos novos projetos e essa
demanda do mercado doméstico gerou a necessidade de
uma infra-estrutura de cabeamento capaz de suportar
as atuais e novas aplicações das telecomunicações e
de controle predial, devendo ser capazes de permitir
o funcionamento adequado de todos os sistemas em operação.
O fato é que para a
implantação de um projeto que atenda aos requisitos
destes sistemas, é necessário um planejamento prévio
e que a execução do projeto seja feita por pessoal técnico
especializado. Da mesma forma, é crucial o emprego de
mão-de-obra qualificada para a instalação e o teste
de todos os dispositivos envolvidos. Um projeto de automação
predial deve prever uma estrutura capaz de suportar
todos os tipos de dispositivos de automação eletroeletrônicos
(sensores, atuadores, etc), equipamentos para voz, imagens
e dados. Também deve incluir igualmente todos os serviços
adicionais possíveis ao nível de automação para o bem
estar dos ocupantes da edificação.
Com essa finalidade,
os projetos passaram a adotar uma infra-estrutura baseada
em normas e técnicas de cabeamento estruturado, o que
possibilitou um sistema com conectividade universal,
capaz de atender ao crescimento das exigências e novos
serviços de seus ocupantes, possibilitando ainda a atualização
tecnológica dos dispositivos constituintes. As diversas
normas técnicas, utilizadas em conjunto, passaram a
estabelecer um padrão para a instalação dos sistemas
de cabeamento visando assegurar a uniformidade e interoperabilidade
dos diversos dispositivos e acessórios, garantindo um
desempenho mínimo para o sistema de automação como um
todo.
Automação Residencial
A Automação Residencial
tem a finalidade de minimizar a intervenção do homem
nas rotinas da vida contemporânea, tornando a vida no
lar mais prática, segura e confortável, sem deixar de
lado o aspecto pessoal e familiar necessário a um agradável
ambiente. Entre estas rotinas encontra-se, por exemplo,
a operação de sistemas como segurança, iluminação, controle
térmico e entretenimento.
Dentro do conceito de
Automação Residencial, três são os graus de integração
destes sistemas:
Sistemas Autônomos
- são sistemas independentes e não há a interligação
entre os dispositivos;
Sistemas Integrados
- todos os sistemas estão integrados a um controlador
(central de automação);
Sistemas Complexos
- princípio de funcionamento da casa inteligente,
onde o sistema pode ser personalizado de acordo com
a vontade do usuário.
A Automação Residencial
é um mercado em crescente expansão. A Associação Brasileira
de Automação Residencial (Aureside) estima que no Brasil,
nos próximos 5 anos, cerca de 40% das residências de
médio e alto padrão apresentarão algum sistema de automação.
Conclusão
A automação predial
passou a ser sinônimo para integração e uma tendência
mundial na medida em que racionaliza o uso da energia,
além de proporcionar conforto e segurança para os ocupantes
de uma edificação. Trata-se de um mercado em crescente
expansão e com um potencial bastante expressivo, onde
existem inúmeras aplicações e produtos para facilitar
as atividades do dia-a-dia visando trazer mais conforto
para seus usuários.
Da função mais simples
a mais complexa, existem um ou mais sistemas de automação
que permitem que cada ponto de uma residência seja controlado
de modo inteligente, tanto individualmente quanto em
conjunto com o restante do sistema. Por esse motivo
as aplicações de automação predial permitem um projeto
arquitetônico moderno, à frente daqueles que desconsideram
as exigências do mundo moderno, como conforto, praticidade
e segurança.
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