Por definição, o projeto
de uma rede estruturada tem como objetivo organizar
e unificar as instalações do cabeamento existente
e de novos sistemas que forem adotados, tornando-se
assim uma referência padrão preparada para a adoção
das novas tecnologias de redes.
Nos projetos das novas
redes estruturadas, a fibra óptica tem sido muito
utilizada como parte integrante das soluções, principalmente
nos backbones de redes locais e metropolitanas. Nesse
contexto, um Distribuidor �ptico tem a finalidade
de acomodar e proteger todas conexões ópticas existentes,
devendo ser dimensionado levando-se em consideração
as diversas variáveis de um sistema com cabeamento
estruturado.
O projeto de um Distribuidor
�ptico deve prever funcionalidades em sua estrutura,
que vão desde a chegada dos cabos ópticos da planta
externa, que pode ocorrer tanto pela parte superior,
inferior ou traseira de um rack (Distribuidor Geral
�ptico � DGO), como também todas as emendas, terminações
e armazenamento da sobra de cabos e/ou cordões ópticos
utilizados internamente (Distribuidor Interno �ptico
� DIO).
Todos os painéis que
compõem um Distribuidor �ptico devem preservar características
como o raio mínimo de curvatura dos cabos ópticos
utilizados, além de possuir campos para identificação
de todos os pontos de conexão e emenda existentes
nos painéis.
Os principais aspectos
que devem ser considerados na definição de um distribuidor
óptico mais adequado para o projeto de uma rede utilizando
cabeamento estruturado são os seguintes:
-
Densidade do
Rack � Os racks são as estruturas utilizadas
para o acondicionamento de equipamentos ativos
ou passivos utilizados em uma rede. Inicialmente
o dimensionamento e o posicionamento dos racks
para abrigar um Distribuidor �ptico devem atender
às necessidades e às partições definidas com base
na baixa, média ou alta densidade de fibras ópticas
da rede. Os racks geralmente se apresentam com
a largura efetiva dos painéis de conexão (patch
panels), expressa nos padrões de 19 ou 23 polegadas;
-
Conexão Cruzada
e Interconexão � A técnica de conexão cruzada
torna o sistema flexível, principalmente porque
possibilita uma fácil manipulação das conexões
ópticas, permitindo a realização de testes e monitoramento
nas duas direções da conexão. Para essa configuração
são utilizados dois painéis de conexão onde um
painel fica vinculado aos cabos que chegam da
planta externa e o outro destinado à conexão dos
equipamentos ópticos ou cabos que darão continuidade
ao sinal pela rede interna. Dessa maneira, a parte
frontal de ambos os painéis fica disponível para
as alterações que se façam necessárias através
dos cordões ópticos, conhecidos como "cordões
de manobra". Já a Interconexão é uma alternativa
à técnica de conexão cruzada que permite a interconexão
dos cabos que chegam da planta externa diretamente
aos equipamentos ópticos ou aos outros cabos da
rede óptica interna, através de painéis de conexão
de passagem. � uma solução utilizada em locais
onde se dispõe de pouco espaço físico para a instalação
de painéis e racks;
-
Emendas "On-Frame"
& "Off-Frame" � No caso da emenda
"on-frame", os módulos de emenda das
fibras ópticas encontram-se dentro do próprio
bastidor de conexão e são interconectados ao módulo
de terminação através de "pigtails".
Por definição de projeto ou mesmo por características
de construção da própria rede, na emenda "off-frame"
as fibras ópticas são emendadas em painéis localizados
fora do bastidor de conexão (em outra sala, andar,
etc) ou em caixas de emendas subterr�neas apropriadas.
Neste caso, normalmente os painéis de conexão
são pré-conectorizados e o respectivo cabo da
rede interna conhecido como Intra Facility Cable
(IFC), segue diretamente para o painel remoto
de emenda;
-
Acesso
- A definição do acesso do cabo óptico ao rack
depende principalmente do local onde será instalado
o Distribuidor �ptico. Por exemplo, na configuração
para acesso traseiro, pressupõe-se que os racks
não serão instalados contra paredes ou costa-costa.
A definição do acesso depende normalmente do espaço
disponível para a instalação;
Uma vez definido o
tipo de Distribuidor �ptico, será necessário ainda
adicionar alguns componentes extras que irão agregar
valor a essa rede. Com certeza, em algum ponto do
sistema de cabeamento será necessário utilizar divisores,
atenuadores, combinadores e mesmo equipamentos ativos
como um comutador óptico. Os Distribuidores �pticos
modernos já possuem integrados ao seu próprio bastidor
módulos preparados para receber tais facilidades que,
em forma de cartões, são inseridos diretamente nos
painéis de conexão. Existem ainda softwares especialmente
desenvolvidos e destinados à administração das redes
estruturadas com fibras ópticas ou mistas com cabeamento
metálico.
Uma vez considerados
os pontos anteriormente descritos, o projeto da rede
estruturada estará parcialmente definido. A partir
desse momento deverá ser feito um melhor detalhamento,
definindo-se como se dará a chegada e a passagem dos
cabos, em qual tipo de piso o sistema será instalado
(alvenaria, piso-falso), quais os conectores ópticos
utilizados (SC, FC, E2000, etc), qual será a técnica
de emenda utilizada (conectorização, mec�nica ou fusão),
padronização dos tipos de cordões ópticos utilizados
(extensão óptica, cabo multicordão, etc).
Podemos concluir que
o dimensionamento inadequado ou mesmo a não utilização
de um Distribuidor �ptico poderá reduzir consideravelmente
o tempo de vida, a flexibilidade e a eficiência que
uma rede necessita, seja ela uma rede de TV a cabo,
rede de telefonia ou rede de dados. Considerando o
seu baixo custo em comparação com as redes de transporte
(transmissores, multiplexadores e sistemas via rádio),
a sua utilização trará grandes benefícios como retorno
rápido do investimento e uma boa economia durante
sua operação.