A
partir dos anos 90, o processamento de informações baseado
em redes de computadores cresceu exponencialmente tornando-se
uma ferramenta imprescindível nas organizações. Visando
padronizar o mercado e auxiliar os profissionais nos
projetos de infra-estrutura, foram criadas normas que
buscavam padronizar os componentes e as soluções utilizadas
nessas redes.
Quanto ao cabeamento,
a evolução tecnológica permanente e a crescente necessidade
de acesso aos serviços em banda larga levaram à subdivisão
em sistemas que apresentam características distintas
de performance, caracterizados principalmente pela freq�ência
de trabalho (largura de banda) e pela aplicação (alcance)
dos diversos tipos de cabos (par trançado, coaxial,
fibra óptica) utilizados.
Categorias e Classes
de Desempenho
Com o aumento das taxas
de transmissão e a inevitável tendência para as redes
de altíssima velocidade com necessidades de alcance
cada vez maiores, um cabeamento de cobre de alto desempenho
tornou-se uma necessidade. Considerando que o fator
principal para determinar o alcance máximo possível
de um sistema é a atenuação do sinal ao longo do cabo,
foi necessário estabelecer alguns modos de classificação
para o cabeamento em par metálico e o respectivo hardware
de conexão. Criou-se então a subdivisão em uma série
de categorias e classes por capacidades de desempenho.
Nessa classificação, uma categoria ou classe de desempenho
superior do cabo significa maior eficiência e uma menor
atenuação.
� oportuno lembrar que
"Categoria de Desempenho" e "Classe de
Desempenho" são terminologias utilizadas respectivamente
pela ANSI/EIA/TIA e pela ISO/IEC, para designar os sistemas
de cabeamento de telecomunicações. Por exemplo, na segunda
edição do padrão ISO/IEC 11801, o cabeamento Categoria
6 é referido como "Class E Cabling", sendo
que as especificações da ISO/IEC 11801 são essencialmente
as mesmas contidas no documento ANSI/TIA-568-B.2-1.
Todavia nem sempre existe uma correspondência entre
categorias e classes:
CATEGORIAS 1 e 2:
Especificadas pela norma
EIA/TIA-568-A, eram recomendadas para comunicação
de voz e dados até 9,6Kbps. Não têm equivalência ISO/IEC
e atualmente estão fora de uso;
CATEGORIA 3: Características
de desempenho para cabeamento e conexões em transmissões
de dados e voz até 16Mhz, na velocidade de até 10Mbps;
CATEGORIA 4: Características
de desempenho para cabeamento e conexões em transmissões
de dados e voz na velocidade de até 16Mbps. Não há
uma classe de desempenho ISO/IEC equivalente;
CATEGORIA 5: Características
de desempenho para cabeamento e conexões em transmissões
de dados e voz na velocidade de até 100Mbps. Não há
uma classe de desempenho ISO/IEC equivalente;
CATEGORIA 5e: (Enhanced
- Melhorada), é uma melhoria das características dos
materiais utilizados na categoria 5, que permite um
melhor desempenho, sendo especificada até 100Mhz;
CATEGORIA 6: Características
para desempenho especificadas até 250Mhz e velocidades
de 1Gbps até 10Gbps.
Equivalência
entre classes e categorias |
Classes ISO/IEC |
Categorias
ANSI/EIA/TIA |
Largura de
banda (MHz) |
A |
- |
0,1 |
B |
- |
1 |
C |
3 |
16 |
- |
4 |
20 |
- |
5 |
100 |
D |
5e |
100 |
E |
6 |
250 |
Atualmente as soluções em par trançado Categoria 3 são
utilizadas unicamente na distribuição vertical de voz
tradicional, ao passo que as soluções Categoria 5e e
Categoria 6 são utilizadas na distribuição horizontal
e em alguns casos na distribuição vertical de voz e
dados.
O cabeamento Categoria
5 é normalmente direcionado para o mercado residencial,
mas sua utilização vem caindo devido ao seu custo ser
praticamente o mesmo da Categoria 5e. Reforçando essa
afirmativa, nos projetos atuais de infra-estrutura é
recomendada a utilização de cabeamento de, no mínimo,
Categoria 5e para pequenas redes com poucos serviços
ou que tenham caráter provisório e Categoria 6 para
as redes novas ou de maior porte.
Ainda sobre a Categoria
6, esta deverá ser utilizada inclusive no mercado residencial,
suportando altas velocidades no acesso a Internet em
banda larga. Por exemplo, as aplicações envolvendo a
transmissão de vídeo nas residências devem aumentar,
exigindo maiores taxas de transmissão.
Categoria 6
Em junho de 2002, foi
aprovado e publicado o adendo n�mero 1 da norma ANSI/TIA/EIA-568-B.2
� "Transmission Performance Specifications for
4-Pair 100 Ohm Category 6 Cabling", contendo todas
as especificações necessárias com os requerimentos mínimos
para perda de inserção, NEXT, ELFEXT, perda de retorno,
propagation delay e delay skew para o cabeamento e o
hardware de conexão Categoria 6. O documento contém
especificações finais da Categoria 6, as especificações
de componentes e requerimentos para equipamentos de
teste que garantem o desempenho da rede nas tecnologias
atualmente conhecidas, bem como para aplicações futuras.
A Categoria 6 pode ser
vista como um aperfeiçoamento no projeto de infra-estrutura
das redes locais. Ela segue seus predecessores, as categorias
3, 4, 5 e 5e, cada uma provendo maior capacidade de
transporte de informação para usuários finais. Torna-se
uma opção que oferece alta performance para a distribuição
horizontal em um sistema estruturado, permitindo suporte
para aplicações como voz tradicional (telefone analógico
ou digital), VoIP, Ethernet (10Base-T), Fast Ethernet
(100Base-TX) e Gigabit Ethernet a 4 pares (1000Base-T),
com melhor performance em relação a Categoria 5e. Ela
permite ainda suporte para aplicações ATM e novas tecnologias
como Ethernet a 10Gbps sem investimentos adicionais
na infra-estrutura existente.
Os sistemas Categoria
6 foram projetados para atender basicamente os seguintes
objetivos:
Manter boa relação
custo x benefício dos sistemas UTP, bem como facilitar
sua instalação e operação;
Garantir a interoperabilidade
com os atuais sistemas Categoria 5e;
proporcionar uma
nova infra-estrutura com capacidade para serviços
futuros (redes de próxima geração).
Categoria 5e x Categoria
6
A principal diferença
entre a Categoria 5e e a Categoria 6 está na performance
de transmissão e na largura de banda estendida de 100MHz
da Categoria 5e para 250MHz da Categoria 6. A largura
de banda é a medida da faixa de freq�ência que o sinal
de informação ocupa. O termo é também usado em referência
às características de resposta em freq�ência de um sistema
comunicação. No sentido mais qualitativo, a largura
de banda é proporcional à complexidade dos dados transmitidos.
Já a performance se traduz em uma menor atenuação, melhor
NEXT, perda de retorno e ELFEXT, possibilitando uma
melhor relação sinal/ruído.
Devido a esses fatores
(performance e largura de banda), associando uma melhor
imunidade às interferências externas, os sistemas que
operam em Categoria 6 são mais estáveis em relação aos
sistemas baseados na Categoria 5e. Isto significa redução
nas retransmissões de pacotes, proporcionando uma maior
confiabilidade e estabilidade para a rede.
Outro fato que deve
ser considerado é que os requisitos para o link (meio
de transmissão entre dois pontos, não incluindo a conexão
de equipamentos) e canal (meio de transmissão fim-a-fim
entre dois pontos no qual existem equipamentos de aplicações
específicos conectados) na Categoria 6 são compatíveis
com os da Categoria 5e, fazendo com que os projetistas
escolham a Categoria 6, substituindo as redes Categoria
5e.
Aplicações da Categoria
6
Todas as aplicações
que funcionam atualmente em Categoria 5e funcionam igualmente
na Categoria 6. Em aplicações onde são exigidas altas
taxas de transmissão, os cabos Categoria 6 permitem
adicionalmente a redução de custo dos equipamentos ativos
utilizados na transmissão e recepção dos sinais. Por
exemplo, a figura seguinte apresenta uma comparação
entre os protocolos de transmissão Gigabit Ethernet
para sistemas baseados em Cat5e e Cat6.
Figura 1
- Gigabit Ethernet sobre Cat5e e Cat6
Conclusão
Partindo das perspectivas
visando o futuro, é sempre uma boa escolha instalar
o melhor tipo de cabeamento disponível. Algumas das
vantagens de se utilizar tecnologias de cabeamento mais
avançadas são evidentes: Preservação do investimento
inicial, facilidades de adaptação quando da evolução
das tecnologias, pois não serão exigidos grandes investimentos
na infra-estrutura de cabeamento, maior confiabilidade
na infra-estrutura da rede e compatibilidade com os
sistemas anteriores. Porém, todo e qualquer sistema
de cabeamento estruturado terá sua performance sempre
dependente do tipo de material utilizado e fundamentalmente
da qualidade do serviço de instalação.
Se a rede já estiver
em funcionamento avaliam-se os limites dos serviços
que se deseja implementar; senão pode-se elaborar um
projeto de instalação prevendo as evoluções e exigências
futuras. Entretanto, para qualquer investimento na infra-estrutura
temos sempre que avaliar as necessidades atuais e futuras
do ambiente de instalação e a relação custo/benefício
das soluções propostas. � necessário considerar sempre
o Custo Total de Propriedade (Custos de Aquisição +
Manutenção + Atualização) e não apenas o custo de aquisição,
que na maioria das vezes leva à escolha de uma solução
inadequada. |