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:: Arquiteturas para Redes de Acesso

Prof. Especialista José Mauricio Santos Pinheiro - 18/07/2004

 

O aumento do número de redes utilizando fibras ópticas e os novos serviços em banda larga têm transformado a conexão de última milha em uma complexa rede de acesso para possibilitar que usuários de sistemas de comunicação diversos possam se interconectar. Nesse universo podemos encontrar redes ópticas com as mais variadas topologias (anel, estrela, barramento, etc), com ou sem redundância (proteção de rota e ou dos equipamentos), dependendo exclusivamente dos requisitos e da disponibilidade requeridas pelos usuários finais.

Para um projeto de rede de acesso, a melhor solução seria, do ponto de vista técnico, levar os cabos de fibra óptica diretamente até os locais onde estão os usuários (residências, prédios ou empresas). Considerando o projeto de uma rede de comunicação baseada totalmente em fibras ópticas, ou uma rede híbrida, com cabeamento metálico e óptico, as soluções devem prover uma infra-estrutura que permita uma fácil migração para novas tecnologias e serviços. Para esses projetos de redes de acesso podemos utilizar as arquiteturas conhecidas como Fiber-To-The-Home (FTTH), Fiber-To-The-Curb (FTTC) e Fiber-To-The-Desk (FTTD). Essas expressões são usadas em redes de fibra óptica basicamente para indicar até onde chega esse meio de transmissão.

FTTH é uma arquitetura que propicia acessos em banda larga para uma série de serviços, tais como Internet, telefonia e televisão, através de uma rede totalmente óptica. Com o FTTH, a rede de acesso é capaz de prover velocidades de 10Mbps até 1Gbps. A arquitetura FTTH pode ser utilizada ainda nos projetos das "residências inteligentes", na automação doméstica e nas atividades de entretenimento. Por exemplo, nos EUA e na Europa há muitos condomínios inteligentes utilizando essa arquitetura, com redes alcançando uma enorme largura de banda e velocidades na ordem de Terabits (trilhões de bits por segundo), possibilitando aplicações como TV de alta definição (HDTV) e Internet em banda larga, sem problemas de ruído e atraso na transmissão.

Figura 1 - FTTH

Nem sempre é possível (ou viável) levar a fibra óptica até o local onde se encontra o usuário. A alternativa é utilizar uma outra arquitetura conhecida como FTTC, onde os cabos de fibra óptica ao invés de serem instalados no interior das dependências do usuário terminam em armários ópticos situados próximos às mesmas. Nessa arquitetura, a rede óptica se estende até um armário de distribuição intermediário localizado geralmente na calçada (daí o nome curb, do inglês, meio-fio, calçada), que fica a uma distância média entre 300 e 800 metros do usuário (residências, prédios ou instalações de empresas). Nesses armários os sinais utilizam outro meio de transmissão (passam por um conversor de mídia), como, por exemplo, cabo coaxial ou par metálico, para chegar até o ponto onde está o usuário.

A alternativa FTTC é mais econômica em relação ao FTTH, uma vez que a fibra chega apenas até um ponto de distribuição local. Entretanto, como utiliza lances de cabeamento metálico, o projeto fica limitado aos comprimentos estipulados pelas normas e padrões de cabeamento como a ANSI/EIA/TIA 568B ou a NBR 14565.

Figura 2 - FTTC

Já a arquitetura FTTD ou Fibra até a Estação de Trabalho é utilizada onde a demanda por banda de transmissão em aplicações de videoconferência e mesmo de Internet exige uma capacidade adicional das redes locais. Trata-se de uma arquitetura usada principalmente nas redes corporativas e que permite o uso da banda larga para a transmissão de dados, voz e imagem em empresas. Uma arquitetura FTTD torna-se atraente por possibilitar a utilização das fibras ópticas até a mesa de trabalho do usuário, aumentando a distância entre os pontos de rede.

As redes com par metálico estão limitadas pelos padrões de cabeamento a um alcance de 100 metros. Com a fibra óptica é possível chegar a uma distância de 2.000 metros. Com isso as empresas interligam um número maior de equipamentos, eliminam-se gastos com pontos de conexão intermediários (mais espaço físico), o que muitas vezes é essencial para projetos de redes corporativas.

Figura 3 - FTTD

O desenvolvimento de soluções para Redes Ópticas Passivas (PON) baseadas nessas arquiteturas permite a otimização de recursos (equipamentos, cabos ópticos e componentes da rede), possibilitando um projeto de rede flexível e escalonável, de forma a atender aos usuários finais de acordo com a demanda requerida. Proporcionam ainda economia nos custos de implantação e de operação da rede, permitindo a aplicação dos recursos disponíveis de acordo com a demanda requerida pelos usuários, minimizando também os custos de manutenção e maximizando as receitas através da redução do tempo de retorno do investimento.

Figura 4 - Exemplo de uma rede de acesso com as arquiteturas apresentadas

 

José Maurício Santos Pinheiro
Professor Universitário, Projetista e Gestor de Redes, 
membro da BICSI, Aureside e IEC.

Autor dos livros:
 
· Guia Completo de Cabeamento de Redes ·
· Cabeamento Óptico ·
· Infraestrutura Elétrica para Redes de Computadores
·
· Biometria nos Sistemas Computacionais - Você é a Senha ·

E-mail: jm.pinheiro@projetoderedes.com.br

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