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:: 9 Dicas para Prolongar a Vida Útil do Data Center

SANDRA GITTLEN, DA COMPUTERWORLD (EUA) -19/10/2011

 

O data center de 1,2 mil metros quadrados da Franklin W. Olin College of Engineering, instituição de ensino localizada em Needham, Massachusetts (EUA), está completando uma década, três anos a mais que o tempo planejado pela CIO e vice-presidente de operações Joanne Kossuth. Agora, mesmo que a escola precise de uma instalação com mais capacidade com melhor conectividade, a executiva foi obrigada a adiar esse plano.

"A demanda aumentou ao longo dos anos, empurrando o data center para os seus limites, mas a recessão [nos Estados Unidos] nos fez rever as discussões”, diz ela.

Como muitos de seus pares, incluindo os líderes do Citigroup e da Marriott International, Joanne teve de ser criativa. Para isso, reexaminou o ciclo de vida de seus aplicativos, layouts de armazenamento, arquiteturas de rack, servidores, dispositivos etc.

Franklin W. Olin College

O vice-presidente de pesquisa do Gartner, Rakesh Kumar, diz que está sendo bombardeado por grandes organizações que querem saídas para evitar o custo de uma atualização e expansão do data center. "Qualquer investimento em novos projetos custa, no mínimo, dezenas, ou, centenas de milhões de dólares. Com um data center típico, a taxa de atualização é de cinco a dez anos e as empresas estão procurando alternativas", diz ele .

Embora essa perspectiva possa parecer sombria, Kumar descobriu que muitas empresas podem aumentar em dois a cinco anos a sobrevida de seu data center, com uma combinação de estratégias, incluindo a consolidação e a racionalização de hardware e software; implementando a virtualização e mudando, fisicamente, os equipamentos de TI. A maioria das empresas não otimiza os componentes da sua infraestrutura e, portanto, atinge o limite mais rápido que o necessário, diz ele.

Veja a seguir algumas estratégias que os líderes de TI e outros especialistas sugerem para prolongar a vida útil dos data centers.

1- Realocar dados não críticos

Uma das primeiras preocupações de Joanne, do Olin College, foi como tratar os dados. Para libertar o data center de lidar com os quase 10 terabytes de dados em fotos de ex-alunos, staff de empregados e outros grupos, a CIO abriu uma conta corporativa no Flickr e mudou todos os processos em torno da gestão dessas fotos por lá. Não só conseguiu ficar livre dos custos de armazenamento, que poderia chegar a 40 mil dólares se tivesse de ampliar sua capacidade, como também livrou a pressão sobre o centro de processamento do uso intensivo de recursos associados a imagens de alta resolução. "Agora temos espaço de armazenamento para projetos de missão crítica", diz Joanne.

2- Diminuir as pressões para uso extensivo de aplicações e infraestrutura.

Logo no início, a Olin College investiu 80 mil dólares para suportar o armazenameno do sistema de videoconferência Tandberg. Em vez de esgotar esse investimento por excesso de uso, Joanne passou a priorizar a captura de vídeo e distribuição, levando os projeto de menor prioridade para soluções de armazenamento menos caras como o YouTube.

Por exemplo, a maioria dos vídeos de relações públicas é gerada fora do sistema Tandberg e é postada no canal da faculdade no YouTube. "O data center não tem mais de fornecer banda dedicada para streaming e nem hardware dedicado para a retenção", diz ela. Mais importante, o sistema Tandberg é mantido praticamente apenas para conferências de alta importãncia e para ensino a distância.

3- Padronizar servidores e storage

O vice-presidente de operações da empresa da cadeia de hotéis Marriott International, Dan Blanchard, orgulha-se dos 22 anos de seu principal data center e ele tem a intenção de prolongar sua vida útil por mais 20 anos. Ele credita à disciplina da área de TI como uma das razões para ter prolongado a unidade , especialmente em  padronização.

“A uniformidade torna muito mais simples de gerenciar recursos e prever capacidade. Se você tem um monte de hardware de vários fornecedores, é mais difícil fazer um plano para [o data center]", diz Blanchard.

Ele recomenda trabalhar em estreita colaboração com os fornecedores para alinhar roteiros e estratégias em relação à padronização.

4-Virtualizar tudo o que puder

Blanchard também é um fã da virtualização. O pool de máquinas físicas do Marriott suporta quase mil servidores virtuais, liberando espaço, energia e refrigeração. Embora a virtualização peça alta potência e alta densidade dos servidores, o Marriott é capaz de consolidar a rede de equipamentos para várias centenas de máquinas físicas que são energeticamente eficientes e reduz o consumo global do data center.

Kumar Gartner concorda que a consolidação é um ponto positivo para os data centers, pois a utilização baixa de servidores, aqueles que se dedicam a apenas uma ou a duas aplicações, consomem quase a mesma quantidade de energia que os altamente utilizados. Além disso, servidores mais antigos tendem a ser muito menos eficientes do que os utilizados hoje para a virtualização.

5-Eliminar ou aposentar dispositivos e aplicativos não utilizados ou que são pouco usados

"As organizações devem limpar a casa ", diz Kumar. Os gerentes de data center devem realizar uma auditoria usando software de gerenciamento de ativos ou ferramentas de tal forma que tenham um inventário dos aplicativos e dos hardwares.

Estima-se que de 5% a 10% dos dispositivos de hardware estão desligados ou mantendo uma única aplicação raramente utilizada, de acordo com Kumar. Levando em conta que os servidores consomem energia e outros recursos a qualquer taxa de utilização, deve-se pensar na virtualização ou na aposentadoria da aplicação ou hardware.

"Você tem de se certificar de que cada parte de hardware no seu data center está fazendo um trabalho produtivo", diz ele. O conglomerado financeiro Citigroup regularmente avalia quais aplicações têm pouco uso em seus 14 data centers (o mais velho está em uso há 20 anos).

"Ao longo dos anos, as coisas se perdem. Não devemos apenas utilizar ferramentas de gestão de ativos, também é preciso caminhar fisicamente em torno do data center para assegurar que cada dispositivo tenha um propósito", diz o diretor do Citigroup de dados de planejamento central, Jack Glass. Ele adverte, porém, que é preciso consultar as equipes antes de desconectar qualquer coisa.

Glass concorda que aplicativos com baixa utilização devem ser virtualizados. "A virtualização é, definitivamente, o nosso padrão aqui. Se não pode ser desativado, então, sempre que possível, torne-o virtualizado", diz ele.

6-Ter uma codificação eficaz de seus desenvolvedores

O vice-presidente de planejamento do data center do Citigroup, Jason Kutticherry, insiste que a codificação ineficiente pode ter um tremendo impacto sobre os recursos de data center. Aplicações que são mal codificadas forçam os servidores a trabalhar mais, consumir mais poder de processamento. "Certifique-se de que seus desenvolvedores estão usando o código ajustado para que as aplicações sejam mais eficazes", diz ele.

Gerentes de data center também devem exigir que os desenvolvedores usem bancos de dados em comum. "Novamente, ele fornece um ambiente computacional mais otimizado e reduz a pressão sobre hardware e software", acrescenta.

7-Reorganizar fisicamente os equipamentos

Se espaço é o seu inimigo, considere mudar o equipamento de TI. "O que normalmente acontece na maioria dos data centers é que, uma vez construído e comissionado para um projeto específico, novos equipamentos são adicionados ao longo dos anos seguintes, mais cabeamento e refrigeração, sem um layout ideal" , diz Kumar, do Gartner.

Ele faz as equipes de TI a rever layouts a cada três a cinco anos e utilizar ferramentas disponíveis, tais como o computational fluid dynamics (CFD), determinando quais modelos de fluxo de ar adequados, ou aqueles disponíveis entre os fornecedores de equipamentos para redesenhar o layout. "Um CFD caro pode custar 30 mil dólares, mas vale a pena, pois possibilita seu data center ganhar mais alguns anos ", argumenta.

8-Analisar a eficiência energética

A CFD, além de ajudar a mapear o espaço, é uma ferramenta útil para a eficiência energética. Muitas vezes, as empresas sobrecarregam alguns equipamentos de data center. Ao analisar a temperatura do centro de processamento de dados, você pode, potencialmente, adiar gastos com ar condicionado maiores e com fontes de alimentação. Com um simples reposicionamento de racks ou equipamentos você poderia ganhar anos com seu data center, diz ele.

Os engenheiros da CIO Joanne posicionaram seus racks de modo que há uma abundância de fluxo de ar na parte traseira de racks e os equipamentos estão devidamente refrigerados. "Nós temos sensores de calor e umidade em toda a sala e recebemos alertas se a temperatura sair de determinada faixa. Isso nos ajudou a manter a energia e os níveis ideais de resfriamento ao longo dos anos", diz ela.

9- Na dúvida, elimine

Se tudo isso falhar, e parece que você está alcançando o limite de capacidade de seu data center, não tenha medo de mudar servidores, software ou storage off-site. Opções não faltam para eliminar a folga, e podem até dar liberdade suficiente para ganhar mais alguns anos com seu data center atual.

 

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