José Maurício dos Santos Pinheiro em 24/09/2015
O tráfego de informações em tempo real é um fator de grande relevância para o aumento da produtividade, redução de perdas e do retrabalho, otimização de recursos e diminuição de horas paradas em qualquer atividade. Com as rodovias isto não é diferente e um estado de conservação adequado, a presença de facilidades de operação e segurança para seus usuários são fundamentais para o negócio, a economia e o meio ambiente.
Rodovias com manutenção deficiente aumentam o custo de manutenção da infraestrutura e dos próprios veículos, além do aumento no consumo de combustível, lubrificantes etc. Também existem as questões referentes aos “pontos críticos”, ou seja, situações atípicas que ocorrem ao longo da rodovia e que podem trazer riscos à segurança dos usuários, além de custos adicionais de operação, devido à possibilidade de dano aos veículos, aumento do tempo de viagem ou elevação da despesa com combustíveis e demais itens de manutenção.
Com o objetivo de aumentar a eficiência operacional nas rodovias, os sistemas de automação geralmente operam por meio de vários equipamentos interligados através de uma rede em fibra óptica ou sistemas de rádio digital. Através dessas redes, o CCO (Centro de Controle Operacional) da concessionária pode monitorar a rodovia através de câmeras, acionar recursos de reparo mecânico, controlar o tráfego, socorro em caso de acidentes, chamadas de emergência, atualizar condições do tempo e de tráfego, etc. Entretanto, a manutenção desses sistemas é cara e muitas vezes são necessárias adaptações para que diferentes plataformas possam ser integradas sob uma mesma base de dados.
Considerando que as dificuldades tecnológicas e econômicas referentes ao uso da fibra óptica em telecomunicações foram resolvidas e, baseado na grande capacidade de transmissão de informações da fibra óptica, que oferece qualidade e desempenho superior em grandes distâncias e com elevadas taxas de transmissão, superando de longe o cabeamento metálico e os sistemas de rádio enlace, as infraestruturas de redes ópticas nas rodovias podem lançar mão da tecnologia das Redes Ópticas Passivas (Passive Optical Network – PON), que permite otimizar a ocupação dos cabos ópticos, possibilitando um investimento de projeto menor, com manutenção mais simples e criando a disponibilidade de recursos para futuros serviços. Uma rede passiva está baseada na tecnologia EPON – IEEE 802.3ah e uso de protocolos comuns em redes locais de computadores (LAN), como IP, TCP e Ethernet.
A topologia física básica é em barramento, aplicada para atendimento de demanda de tráfego distribuída ao longo da rodovia, seja dados, voz ou imagem.
O uso da tecnologia EPON permite melhor interoperabilidade entre as diversas aplicações, integração com os sistemas de monitoramento por câmeras, radares de velocidade, contagem de veículos, painéis de mensagens, rotinas de praças de pedágio, entre outras facilidades.
A rede de fibra é igualmente aproveitada aplicações específicas como telefones de emergência (sistemas call box), atendimento privativo da polícia rodoviária e outros.
Ao se optar pelo uso de PON numa rede óptica existente, pode-se aumentar a disponibilidade da largura de banda sem que a rede de fibra óptica seja alterada. Nesse caso, outra possibilidade oferecida por redes ópticas passivas é a negociação da capacidade ociosa junto aos operadores de telecomunicações à título de tráfego de informações visando a interligação de centrais de telefonia fixa e móvel e também como redundância aos sistemas comunicação de dados para empresas privadas e ISP’s. Por esse motivo as redes que utilizam a fibra óptica são chamadas de redes à prova do futuro.
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