A interferência eletromagnética
(EMI) é um dos maiores causadores de falhas em redes
de computadores, principalmente quando são utilizadas
tubulações e canaletas inadequadas para o transporte
da infra-estrutura de cabeamento.
As interferências eletromagnéticas
podem ser originadas internamente e/ou externamente
ao sistema de comunicação, mas sua causa sempre se origina
nas perturbações eletromagnéticas. Cabe aqui salientar
a diferença entre os termos "perturbações eletromagnéticas"
e "interferências eletromagnéticas", comumente
utilizadas na literatura técnica. O primeiro designa
a causa e o segundo o efeito que é observado nos sistemas
de comunicação.
Um exemplo bem prático
está em uma instalação de cabeamento estruturado utilizando
cabos não blindados, onde os mesmos estão sujeitos a
todo tipo de perturbações eletromagnéticas internas
e/ou externas. As perturbações com origem interna são
geradas dentro do ambiente por onde passam os cabos
de dados e de voz digital (cabeamento lógico) e outros
tipos de cabos como, por exemplo, de energia elétrica.
Já as perturbações de origem externa são campos eletromagnéticos
vindos de fora da rede de dutos ou canaletas e que causam
perturbações diretamente sobre os cabos lógicos, como
sinais de TV, ondas de rádio, motores elétricos, etc.
Os cabos lógicos instalados em uma canaleta ficam sujeitos
a fontes geradoras de perturbações quando são instalados
paralelamente com cabos de energia, compartilhando a
mesma infra-estrutura, tendo como efeito interferências
eletromagnéticas indesejáveis como o crosstalk (diafonia).
As perturbações quer
sejam provenientes de ondas eletromagnéticas externas
ou de outros cabos próximos que transmitem outras formas
de energia ou sinal dentro de uma mesma tubulação ou
canaleta, devem ter um tratamento especial durante a
etapa de instalação do sistema de cabeamento, objetivando-se
adotar medidas para atenuar ou mesmo eliminar seus efeitos.
Atualmente, o mercado de equipamentos e acessórios para
instalação de redes de computadores dispõe basicamente
de canaletas e dutos fabricados com os seguintes materiais:
Plástico: excelente isolante elétrico, mas não oferece proteção
contra campos eletromagnéticos;
Alumínio: não oferece proteção elétrica (é um bom condutor
de eletricidade), porém oferece boa blindagem eletromagnética;
Aço (zincado
ou pintado): Não é bom
condutor de eletricidade, porém não oferece proteção
elétrica, mas proporciona boa blindagem eletromagnética.
Dentre os tipos apresentados,
os acessórios fabricados com alumínio são os que apresentam
uma melhor blindagem eletromagnética interna e externa.
Vários testes realizados em sistemas estruturados compartilhando
a infra-estrutura com os cabos de energia demonstraram
que a performance da rede lógica sofre uma redução sensível,
principalmente quando utiliza canaletas e dutos de plástico.
Segundo Faraday, um
campo magnético variável pode criar uma corrente elétrica
que por sua vez gera um campo eletromagnético contrário
ao que lhe deu origem. Esse efeito é o responsável pela
atenuação das interferências quando são utilizados canaletas
ou dutos de alumínio. Além desse fato, as canaletas
de alumínio são praticamente imunes às correntes de
Foucaut devido a sua condutibilidade elétrica. No caso
das canaletas de plástico, estas não causam nenhuma
atenuação, pois o plástico não interfere nos campos
eletromagnéticos.
Compatibilidade Eletromagnética
(EMC)
O ambiente eletromagnético
é o resultado do funcionamento de diversos aparelhos,
equipamentos ou sistemas, adicionados ao ruído ambiente
no qual estão inseridos. A Compatibilidade Eletromagnética
é a capacidade de um sistema, equipamento ou dispositivo
elétrico ou eletr�nico funcionar no seu próprio ambiente
eletromagnético com uma margem de segurança e com os
níveis ou desempenhos projetados, sem sofrer ou causar
degradações inaceitáveis causando, como resultado, interferências
eletromagnéticas (EMI) sobre outros dispositivos.
Assim, a interferência
eletromagnética é um processo pelo qual a energia eletromagnética
é transmitida através de caminhos Irradiados e/ou conduzidos,
devido ao efeito da incompatibilidade do meio. Essa
falta de compatibilidade acontece, por exemplo, quando
os dados transmitidos través de uma rede de computadores
são afetados pelo ruído induzido por motores elétricos
ou outros equipamentos pela proximidade destes ou entre
o cabeamento elétrico e o lógico.
Norma ANSI/EIA/TIA-569-A
A norma ANSI/EIA/TIA-569-A,
que tem como objetivo padronizar projetos e práticas
de instalação de dutos e espaços para edifícios comerciais,
bem como os equipamentos que serão instalados, permite
o compartilhamento entre a rede lógica e a rede elétrica.
Segundo essa norma, se a eletricidade é um dos serviços
que compartilham o mesmo duto ou canaleta com a rede
de dados, os mesmos deverão ser particionados, observando-se
as seguintes situações:
A tensão de alimentação
deve ser inferior a 480V;
As canaletas devem
oferecer uma divisão física para a rede lógica e elétrica;
A corrente nominal
do cabeamento elétrico não deve ser superior a 20A.
Ainda de acordo com
a norma, par que sejam evitados os efeitos da interferência
eletromagnética devem ser mantidas distâncias mínimas
entre os trechos por onde haverá a passagem dos cabos
da rede lógica e de energia, conforme a tabela seguinte: