Um
fator crítico para o funcionamento das redes de comunicação
atuais é a capacidade de oferecer aos usuários acesso
on-demand às aplicações e informações corporativas
a partir de qualquer local, dispositivo ou conexão
de rede. Isso significa fornecer acesso a mais tipos
de recursos para mais usuários em um n�mero maior
de cenários do que antes.
Essa complexidade de sistemas, criada
por camadas sucessivas de novas tecnologias, assim
como a grande diversidade de dispositivos, plataformas,
redes, padrões e infra-estruturas disponíveis, torna
um grande desafio a proteção de informações fora do
ambiente da LAN corporativa.
Computação baseada em Servidor
Computação baseada em Servidor
ou Server-Based Computing (SBC) é uma arquitetura
de TI onde as aplicações são entregues, gerenciadas,
suportadas e executadas 100% no servidor. Dados e
aplicativos estão nos servidores e os PC�s tornam-se
apenas aparelhos de display para a atividade que acontece
no servidor e podem ser repostos por dispositivos
mais simples chamados "thin clients".
A computação baseada em servidor
lembra o modelo dos Mainframes,
onde o processamento não é realizado no cliente, mas
sim no servidor. Outros pontos de semelhança entre
o modelo SBC e
os Mainframes são
encontrados principalmente
nos aspectos gerenciais, segurança e suporte, mas
a SBC traz novos elementos para melhorar a produtividade,
redução de custos, reaproveitamento de equipamentos,
níveis de satisfação dos usuários e disponibilização
de novas aplicações, entre outros.
Esse modelo é uma evolução do ambiente
de rede tradicional, que possibilita simplificar o
desenvolvimento e a manutenção dos sistemas aplicativos,
além de diminuir o custo de propriedade dos mesmos.
Um modelo de "Computação Baseada em Servidor"
possui três componentes funcionais:
O primeiro componente capacita
o servidor a suportar in�meros usuários simult�neos
executando diferentes aplicações em seções separadas,
com absoluta proteção e sigilo;
O segundo componente é uma tecnologia
que separa a lógica da aplicação da sua interface
gráfica, capacitando somente o teclado, as telas
e o mouse a viajar pelo meio de comunicação ou pela
rede, tendo como resultado imediato, uma melhor
performance dos aplicativos, independente da largura
de banda do meio de comunicação;
O terceiro componente está baseado
na utilização e gerenciamento centralizado das aplicações
e permite que grandes ambientes de processamento
sejam disponibilizados aos usuários.
Figura 1 - Computação baseada em Servidor
O conceito MetaFrame
Trata-se de uma tecnologia baseada
em Servidor, otimizada para trabalhar mesmo em conexões
de baixa velocidade, possibilitando que as aplicações
sejam executadas de forma eficiente sobre qualquer
infra-estrutura de comunicações, incluindo roteadores,
nós remotos, linhas discadas, etc. Não há tráfego
de dados, nem de arquivos executáveis.
O tráfego gerado no backbone da rede
local fica retido e apenas uma pequena fração do tráfego
gerado pela aplicação corporativa tradicional é enviada.
Somente as modificações das telas, os movimentos do
mouse e os caracteres digitados no teclado são enviados
através da rede e dos meios de comunicação, o que
permite que os usuários locais ou remotos obtenham
uma melhoria significativa no tempo de resposta em
seus aplicativos, mesmo através de redes congestionadas.
Uma das principais características
apresentadas é a facilidade de gerenciamento de servidores
e de Server Farms (conjuto de computadores centrais
que trabalham de forma unificada e são capazes de
substituir uns aos outros em caso de falhas).
Funcionamento do MetaFrame
A idéia básica é dissociar a
execução da aplicação da interface com o usuário,
ou seja, do ponto de vista do usuário, as aplicações
funcionam como se estivessem em sua máquina local;
o usuário vê a aplicação, mas na verdade a mesma não
está sendo executada em sua máquina. Como a aplicação
é executada no servidor, não há mais necessidade de
se utilizar máquinas potentes para simples aplicações
internas. O ambiente gráfico na realidade é estabelecido
em uma sessão no servidor de aplicações, que repassa
para o cliente apenas as variações de telas e o cliente
retorna os controles de mouse e teclado.
Por utilizar o processo de envio
de tela, mouse e teclado ao PC Cliente, tanto o carregamento
do programa executável, quanto a abertura dos arquivos
de dados ocorrerão no PC Virtual uma de forma muito
rápida na rede local. Por serem poucos dados, o tempo
de resposta também é mais rápido.
Ao acessar um Servidor Metaframe,
o usuário recebe uma tela de identificação para que
o perfil possa ser validado. Uma vez identificado,
o servidor cria um ambiente conhecido como "Máquina
Virtual" que se assemelha em todas as suas funcionalidades
a um computador real.
Esse "PC Virtual" é reconhecido pelos servidores
como se fosse uma máquina física existente no barramento
da rede, mas na realidade tudo não passa de um artifício
de software.
Figura 2 - Computação baseada em Servidor
MetaFrame
Protocolo ICA
O ICA (Independent Computing Protocol)
é um protocolo de serviço especializado na de transferência
de imagens, equivalente ao VNC, que permite aos usuários
remotos operem aplicações baseadas em interface gráfica
(Windows, por exemplo) com um mínimo de consumo de
banda, uma vez que a lógica do aplicativo é executada
no servidor Metaframe e somente os objetos da interface
e eventos são enviados ao PC cliente.
Dessa maneira, não há tráfego de
dados de arquivos executáveis e os usuários trabalham
em suas estações como se os aplicativos estivessem
instalados localmente. Pelo fato do protocolo ICA
ser implementado ao nível do sistema (GDI), ele é
eficiente e compacto.
Figura 3 � Comparação entre ICA e
outros protocolos de rede
O protocolo ICA foi desenvolvido
para suportar os principais protocolos da industria
como TCP/IP, NetBEUI, IPX/SPX e PPP sobre linhas síncronas
e assíncronas, ISDN, Frame Relay e ATM. Por exemplo,
uma estação de trabalho localizada em um ponto remoto,
ligada à rede central através de um link de 64Kbps
e utilizando uma aplicação cliente/servidor gera um
tráfego de ida e de volta através deste link para
cada consulta ao banco de dados e, dependendo do volume
de dados, pode comprometer sensivelmente o tempo de
resposta.
Com o uso de MetaFrame, a aplicação
estará instalada no servidor Metaframe, normalmente
localizado no mesmo barramento do servidor de banco
de dados e, portanto, trafegando informações a uma
velocidade muito mais rápida. Além disso, não haverá
necessidade de replicação de banco de dados, gerando
economia em hardware, software e pessoal para administração.
Vantagens
A computação baseada em Servidor
permite que sistemas corporativos de grande capacidade
possam ser disponibilizados a todos os usuários e
parceiros comerciais, onde quer que eles estejam e
com o máximo de rapidez e eficiência, independentemente
do tipo de meio e equipamentos utilizados na comunicação.
Dentre suas vantagens podemos destacar:
Facilidade de gerenciamento:
instalação de aplicações, atualizações e adições
de software a partir de um ponto central;
Escalabilidade: Possibilita
a adição de novos usuários na rede, conforme a
necessidade;
Balanceamento de carga: Com
a adição de novos servidores, o gerenciamento
de carga "Load Balance", transforma
o conjunto de servidores em um cluster com uma
�nica imagem para o administrador e para os usuários
da rede;
Desempenho independente da
largura de banda: Como ocorre apenas a atualização
de tela, teclado e mouse através do link, o tráfego
na rede é substancialmente diminuído e o desempenho
fica próximo ao que se obteria estando conectado
a LAN;
Segurança dos dados e
aplicações: Possibilita que os usuários
acessem os aplicativos de rede sem fazer download
dos arquivos para os equipamentos clientes, de
modo que as informações vitais não trafegam pela
rede.
ALE (Application Launching
and Embedding): Permite a inclusão de
aplicações corporativas em
qualquer página www (HTML), sem a
necessidade de
reescrever códigos.
Conclusão
A computação baseada em Servidor pode
ser encarada como uma solução combinada de hardware
e software que possibilita a disponibilização de aplicativos
corporativos (originalmente desenvolvidos para LAN),
para um ambiente de rede distribuída (aplicações de
WAN). Com a tecnologia MetaFrame, as aplicações passam
a ser executadas em um servidor dedicado, não mais
nas estações de trabalho. Como não há tráfego de dados
na rede, alivia-se a carga sobre o link de comunicação. |