YouTube Facebook Twitter
Apostilas Artigos Tutoriais Aulas Vídeos Blog Ferramentas de Rede Fórum Downloads Colabore Fale Conosco
» artigos
:: Centrais Privadas de Telefonia

José Mauricio Santos Pinheiro em 21/12/2004

 

Os sistemas de telefonia modernos apresentam-se como uma base ideal para desenvolvimento de novas redes de serviços, capazes de ultrapassar os limites da telefonia convencional e oferecer uma gama de novos serviços aos usuários de sistemas de comunicação.

A crescente digitalização das redes telef�nicas contribuiu enormemente para a criação de interfaces padronizadas que permitiram a conexão de diversos tipos de equipamentos à rede, que se tornou transparente aos tipos de sinais que por ela trafega, viabilizando a fusão dos serviços telef�nicos e não telef�nicos em uma �nica rede, conhecida como RDSI - Rede Digital de Serviços Integrados.

Centrais Privadas de Comutação Telef�nica

As Centrais Privadas de Comutação Telef�nica (CPCT) são mais conhecidas pelas siglas PBX (Private Branch Exchange), de operação manual e PABX (Private Automatic Branch Exchange), de operação automática.

Tecnicamente uma CPCT é um equipamento terminal de usuário que pode estar interligado ou não a uma central de comutação do Sistema P�blico de Telefonia � RTPC (Rede de Telefonia P�blica Comutada). Estas centrais são utilizadas basicamente por empresas, governos, condomínios, etc, onde o tráfego telef�nico interno alcança volumes consideráveis.

Figura 1 - Rede de Telefonia P�blica Comutada

Uma CPCT se liga à rede telef�nica p�blica externa por um certo n�mero de linhas (ou troncos) e dispõe de linhas internas (ramais), em quantidade superior ao n�mero de troncos. A grande vantagem da central privada é o seu menor custo de operação quando comparada com a utilização da rede p�blica, basicamente por não haver tarifação das chamadas internas e por demandar menor n�mero de linhas/troncos que o n�mero total de terminais atendidos.

Temos as seguintes modalidades para centrais privadas:

Central PABX � � o equipamento responsável pelo estabelecimento das ligações no �mbito de uma rede privada e entre esta e a rede p�blica. Tem como características principais estar ligada à central de telefonia p�blica através de linhas tronco, processar automaticamente as chamadas internas (entre ramais) e as chamadas originadas por ramais privilegiados para a rede externa p�blica, exigir a intervenção da operadora do PABX para completar as chamadas originadas da rede externa p�blica para os ramais (exceto quando existir sistema DDR) e as chamadas originadas por ramais semi-restritos para a rede externa p�blica. Podem se classificar ainda em eletromec�nicas e eletr�nicas;

Central PAX - Central privada de comutação telef�nica que não é ligada à rede p�blica e onde as chamadas entre ramais são automáticas;

Central PBX - Central privada de comutação telef�nica que é ligada à rede p�blica através de linhas tronco e que exige a intervenção da operadora do PBX para completar as chamadas internas (entre ramais) e as externas (entre ramais e a rede p�blica);

Central tipo CS � Trata-se de uma central de comutação telef�nica de pequeno porte que permite programação de ramais atendedores, podendo esta programação ser alterada manualmente pelo usuário de ramal e/ou automaticamente. Permite ainda ao usuário de ramal a seleção do enlace desejado, através do próprio aparelho;

Central tipo KS - Central de comutação telef�nica de pequena capacidade no qual o usuário seleciona diretamente, através do aparelho telef�nico, o tronco desejado para interligar-se com o Sistema Telef�nico Fixo Comutado, podendo também se interligar automaticamente aos demais ramais.

PABX

As centrais de comutação privada surgiram com o objetivo de substituir os terminais conhecidos como KS (Key-Systems), os quais são equipamentos telef�nicos que dispõem de mais de um ramal e de algumas funções adicionais de sinalização.

Um PABX (Private Automatic Branch eXchange) é uma central de comunicação telef�nica automática, de uso privado, que tem como objetivos principais gerenciar as comunicações de voz dentro de uma empresa, concentrando várias linhas e ramais de usuários e oferecendo uma série de facilidades e serviços avançados.

O PABX é considerado uma evolução do PBX, um equipamento manual que exigia a interferência de um operador para completar as chamadas. Para controle de ligações, normalmente os PABX geram informações de bilhetagem, ou seja, qual ramal ligou, para que n�mero, quando, quanto tempo durou a ligação, e assim por diante.

Figura 2 - Exemplo de conexão entre PABX e Rede P�blica

Sistemas Digitais

As centrais privadas do tipo PABX podem utilizar tanto a comutação analógica como a digital. Os sinais analógicos de voz são gerados em cada ramal e recebidos pela central onde são quantizados e codificados na forma de informação digital. Nos ramais digitais este processo de digitalização ocorre no próprio terminal do usuário. Após a recepção na central PABX, o sinal digital de cada usuário (canal) é comutado (seleção física de circuito) para uma linha específica, sendo convertido novamente em sinal analógico e encaminhado para a Central P�blica, usando-se um par de fios para cada ligação. Um PABX E1, por exemplo, é um equipamento que utiliza linhas digitais baseadas na tecnologia RDSI, permitindo o tráfego dos serviços de dados e voz com muito mais eficiência e qualidade.

Figura 3 - Exemplo de aplicação de PABX digital

Com ao desenvolvimento de novas tecnologias e interfaces, m�ltiplos canais podem ser transmitidos/recebidos digitalmente pelo PABX, usando-se um �nico meio físico (par de fios, cabo coaxial, fibra óptica, etc.) para a conexão com até a Central P�blica de Telefonia.

A tendência atual é a utilização de tecnologia digital, que vem gradativamente substituindo a analógica, e o motivo são as vantagens obtidas pela tecnologia digital. Entre as vantagens proporcionadas pelos sistemas digitais podemos citar:

Armazenamento de voz - Convertendo a voz para forma digital, é possível armazená-la em um disco ou na memória do sistema. Isso permite uma grande facilidade e rapidez para correio de voz, entre outros;

Maior capacidade - Com sinais digitais, um �nico tronco de 2Mbps (E1) pode transmitir 32 canais de voz simultaneamente, gerando uma economia de linhas no sistema;

Redução de custo e maior confiabilidade: Com tecnologia digital, o consumo de energia é menor, além da redução do espaço físico necessário. Além disso, os circuitos digitais possuem maior confiabilidade e imunidade a ruídos;

Qualidade do sinal em maiores dist�ncias: Quando o sinal digital necessita ser amplificado porque sofreu atenuação, o ruído pode ser eliminado, pois há uma regeneração do sinal, já que ele é digital e pode ser totalmente recuperado. Isso elimina o ruído até aquele ponto da transmissão;

Uso do mesmo meio físico para várias informações: Com sinais digitais, é possível transmitir voz, dados, imagens, m�sica, e assim por diante através do mesmo meio físico;

Impossibilidade de cruzamento de sinais: Como a comutação é digital, não existem enlaces físicos e não é possível haver cruzamentos indesejáveis entre ramais / troncos no sistema. Assim, esse tipo de preocupação não existe na tecnologia digital.

Conclusão

Entre os diversos segmentos que compõem o setor de equipamentos de telecomunicações, o de comutação de pequeno porte apresenta um potencial de crescimento bastante expressivo - quer se trate de centrais de comutação p�blicas ou privadas.

Os atuais sistemas PABX estão convergindo gradativamente na direção de novas tecnologias baseadas em computação distribuída e no tráfego de pacotes, integrando novos serviços e funcionalidades, permitindo a expansão da capacidade dos ramais telef�nicos em empresas sem a necessidade de aquisição de novas centrais.

Hoje, muitas centrais p�blicas digitais, de tecnologia CPA (controle por programa armazenado), dispõem de recursos que permitem oferecer facilidades semelhantes às dos sistemas PABX usados nas empresas. Essas funcionalidades caracterizam os chamados "PABX virtuais".

José Maurício Santos Pinheiro
Professor Universitário, Projetista e Gestor de Redes, 
membro da BICSI, Aureside e IEC.

Autor dos livros:
 
· Guia Completo de Cabeamento de Redes ·
· Cabeamento Óptico ·
· Infraestrutura Elétrica para Redes de Computadores
·
· Biometria nos Sistemas Computacionais - Você é a Senha ·

E-mail: jm.pinheiro@projetoderedes.com.br

© www.projetoderedes.com.br - Termos e Condições de Uso