Gigabit Ethernet
O Gigabit Ethernet
é um padrão que foi criado para aumentar o desempenho
de redes locais baseadas nos protocolos Ethernet e Fast
Ethernet, utilizando o mesmo formato de frame (IEEE
802.3), os mesmos métodos de codificação e de controle
de fluxo e o método CSMA/CD para o controle de acesso
em redes half-duplex.
A comunicação no padrão
Gigabit Ethernet pode ser feita seguindo dois padrões:
O 1000Base-T e o 1000Base-TX. Os dois utilizam todos
os pares do cabo de par trançado. Nesse caso, a rede
pode operar tanto no modo full-duplex, onde os dois
lados podem transmitir dados simultaneamente nos pares,
quanto no modo half-duplex, sendo dois pares para transmissão
e dois para recepção. O que determina o uso de um modo
ou outro são os elementos constituintes da infra-estrutura
da rede (ativos e passivos).
Padrão 1000BASE-T
Inicialmente, a especificação
1000BASE-T foi escrita para operar sobre cabeamento
UTP categoria 5. Para atingir a performance solicitada,
a sinalização do padrão requer a utilização dos quatro
pares trançados do cabo, utilizando um esquema de codificação
PAM (Phase Amplitude Modulation) nível 5, para transmitir
um espectro não filtrado de 125MHz em canais full-duplex,
conforme a especificação da ISO/IEC 11801 e ANSI/EIA/TIA-568-B.
Essa especificação utilizando
a categoria 5 se destina ao cabeamento horizontal e
da área de trabalho, desde que os enlaces sejam aprovados
em testes adicionais de Perda de Retorno e ELFEXT, segundo
a norma ANSI/EIA/TIA-568-B, uma vez que no Gigabit Ethernet,
cada um dos quatro pares do cabo deve suportar uma taxa
efetiva de 250Mbps em cada direção e simultaneamente,
até uma distância de 100m, garantindo que a taxa de
erros de bit (BER) fique abaixo de 10-10.
Para prover maior margem
de segurança no atendimento aos requisitos dessa tecnologia
mesmo no pior caso, ou seja, com quatro conexões (2
patch panels, 1 ponto de consolidação e 1 tomada de
telecomunicação), foi elaborado o adendo conhecido como
categoria 5e (Enhanced).
Figura 1
- Padrão 1000BASE-T
1000BASE-TX
Trata-se do padrão
Gigabit Ethernet sobre cabeamento UTP, só que usando
uma eletrônica cerca de 75% menos complexa do que a
utilizada no padrão 1000Base-T. O padrão trafega a 500Mbps
em cada par, sendo dois pares para cada sentido de transmissão.
Figura 2
- Padrão 1000BASE-TX
1000BASE-T X 1000BASE-TX
Quando instalamos
um cabo Cat. 5e, ele trabalha na frequência até 100MHz
para a transmissão de dados, podendo alcançar 1Gbps
utilizando quatro pares. Já os cabos CAT6 e CAT7, por
exemplo, trabalham em frequências de 200/250MHz e 500/600MHz,
respectivamente, para transmitir dados, alcançando os
mesmos 1Gbps e utilizando também os mesmos quatro pares.
Para a transmissão a
1Gbps pode-se utilizar qualquer um dos dois padrões
(1000base-T ou 1000base-TX). Nesse caso, estará sendo
definindo também o tipo de cabeamento que será utilizado,
ou seja, para redes com cabeamento CAT5e recomenda-se
utilizar o padrão 1000base-T e em redes com cabeamento
CAT6 ou CAT7, o padrão mais recomendado é o 1000base-TX.
A diferença básica entre
um e outro está na eletrônica envolvida, pois para uma
porta 1000baseT todos os pares devem transmitir e receber
simultaneamente. Já para o padrão 1000baseTX apenas
dois pares transmitem e outros dois recebem, isso torna
a eletrônica mais simples e barata, apesar de estarmos
falando de frequências diferentes.
Resumindo, no padrão
1000baseT, o passivo é mais barato (cabos CAT5e) e o
ativo mais complexo (eletrônicos) e caro; para o padrão
1000baseTX, o passivo é mais caro (cabos CAT6 ou CAT7)
e o ativo mais barato.
Problemas de Conexão
A flexibilidade do padrão
1000Base-T possibilita uma migração relativamente simples
das redes Ethernet e Fast Ethernet, já que é possível
aproveitar a infra-estrutura de cabeamento existente.
Como o 1000Base-T utiliza uma taxa transmissão menor
por cada par, permite que o cabo seja de categoria 5e.
Já o 1000Base-TX exige que o cabo seja, pelo menos,
categoria 6. Na verdade, pouca coisa muda na infra-estrutura.
Deve-se observar apenas que, apesar dos cabos serem
os mesmos (Cat 5, Cat 5e ou superior), o padrão faz
uso intensivo da capacidade de transmissão e por isso
detalhes como o comprimento da parte destrançada do
cabo para o encaixe do conector, o nível de interferência
no ambiente (ruído EMI/RFI), rotas de cabos muito longas,
etc. são mais críticos para manter a performance solicitada
pela rede.
As possíveis causas
para uma conexão Gigabit não operar dentro da taxa efetiva
de 1Gbps podem estar ligadas às condições do cabeamento
existente entre os pontos de conexão, uma vez que as
conexões requerem cabos e acessórios de rede instalados
segundo as normas de cabeamento para redes de comunicação.
Por exemplo, os patch cords e seus conectores também
devem seguir a categoria do cabo utilizado.
Outro detalhe importante
diz respeito a pinagem dos conectores. O padrão 1000Base-T
utiliza quatro pares do cabo de rede, diferentemente
dos padrões Ethernet 10Base-T e Fast Ethernet 100Base-TX
que utilizam apenas dois pares. Como a sequência das
cores dos conectores do cabo é a mesma, seguindo o padrão
568A ou 568B, é importante verificar se não existem
condutores rompidos ou mau contato nos conectores e
ao longo da conexão. Esse teste de continuidade pode
ser feito utilizando-se um simples multímetro na escala
de ohms.
Conclusão
Os grupos internacionais
de padronização desenvolvem continuamente normas para
descrever as performances necessárias dos equipamentos,
cabos e demais componentes dos sistemas de cabeamento
para suportar as novas tecnologias de rede que surgem.
Seguindo essa linha,
o padrão 1000Base-T está direcionado para proporcionar
transmissões em sistemas de cabeamento Cat. 5e (performance
ampliada - Enhanced) nos projetos de pequenas redes
com poucos serviços ou que tenham caráter provisório
ou cabeamento Cat. 6 para redes novas e de maior porte
(neste caso utilizar o padrão 1000BASE-TX). Assim, os
novos projetos de infra-estrutura baseados no padrão
Gigabit Ethernet devem ser executados utilizando preferencialmente
os elementos de cabeamento de categoria superior disponíveis
para garantir uma escalabilidade e vida útil mais longa
para a infra-estrutura.
Para rodar aplicações
Gigabit Ethernet em redes utilizando cabeamento Cat.
5, os equipamentos eletrônicos (hubs, switches, etc)
devem oferecer recursos para compensar a degradação
do sinal no canal (o que pode elevar seu custo). Tecnologias
que usam adaptadores de filtragem digital também são
utilizadas para cancelar o NEXT (near end crosstalk)
e o eco nestes sistemas. Após a instalação dos cabos
e conectores, deve ser executada a certificação através
de equipamentos de testes, adequados a característica
do sistema. |