Um dos pontos importantes
nos sistemas baseados em redes de computadores é a
possibilidade de recuperação da informação e a manutenção
dos processos no caso de falhas dos componentes de
hardware e ou software.
Os aplicativos nas
empresas podem gerar grandes quantidades de informações
e a cópia e guarda de uma quantidade significativa
dessas informações no formato de arquivos é chamado
backup. A tendência atual é um crescimento contínuo
das necessidades de armazenamento dos dados.
Normalmente o backup
(também conhecido como cópia de segurança ou reserva)
é uma tarefa administrativa de responsabilidade do
administrador do sistema. Simplificadamente trata-se
de uma cópia da informação contida em um banco de
dados local ou remoto, sendo, na prática, uma réplica
dos dados originais atuais, guardados em um outro
local seguro. As cópias de segurança são fundamentais
em qualquer sistema. No caso de uma pane mais séria
no sistema, somente estas podem devolver os arquivos
do usuário de volta.
Temos dois tipos principais
de dados que necessitam de uma política de backups
periódicos: os dados do usuário, como informações
de textos, planilhas, e-mails, imagens, cadastros
e qualquer outro item colocado pelo usuário e os registros
do sistema, com os dados criados ou alterados pelo
sistema (informações sobre instalação de programas
ou alteração destes) ou, ainda, armazenados por ele
(log de segurança, registro de eventos). Por esse
motivo é importante saber o que é um backup e como
proceder a sua recuperação (recovery).
A tarefa de criação
de backups é muito importante. Os backups são cópias
de segurança que permitem à organização empresa ou
usuário estar seguro de que, se uma falha grave ocorrer
nos computadores assim como nos servidores, esta não
implicará a perda total da informação contida no sistema
que, ao contrário do que acontece com o hardware,
não é substituível. Uma boa arquitetura de backup
e recuperação deve incluir um plano de prevenção de
desastres, procedimentos e ferramentas que ajudem
na recuperação de um desastre ou falha de energia,
além de procedimentos e padrões para realizar a recuperação.
Podemos distinguir
dois tipos de backup, os backups físicos e os backups
lógicos. Os backups físicos são os locais onde estão
guardadas todas as informações do banco de dados.
Geralmente essas unidades são chamadas de "fitas
de backup", apresentando uma grande capacidade
de armazenamento físico, podendo ser reposto a qualquer
momento. Já o backup lógico é apenas o "salvamento"
dos dados do banco de dados, porém não será armazenado
em forma física e sim virtual.
O Recovery (recuperação),
é a recuperação dos arquivos do sistema. Ao fazer
um backup dispomos de uma cópia dos dados em outro
local, seja ele físico ou virtual. Através do Recovery
os dados são recuperados e repostos no sistema no
formato anterior ao problema ou do erro fatal ocorrido
no banco de dados.
Nenhuma estratégia
de backup atende a todos os sistemas. Uma estratégia
que é adequada para um sistema poderá ser imprópria
para outro sistema. O administrador deve determinar
com precisão a estratégia que melhor se adequar a
cada situação.
Armazenamento de Dados
O backup de dados
pode ter sua segurança comprometida se os dispositivos
de armazenamento estiverem no mesmo local físico.
O ideal é que as mídias e demais dispositivos estejam
localizados em local que obedeça às condições de segurança
de acesso e de armazenamento e que permita, em caso
emergencial, que esses recursos possam ser utilizados
para restauração em um outro dispositivo obtido emergencialmente
no mercado ou disponibilizado por um provedor contratado
de contingência.
Existem no mercado
técnicas diferentes de apoio nos processos de backup
e recuperação. Entre elas podemos destacar:
ASPs (Auxiliary
Storage Pool) - Os discos
podem ser separados em conjuntos específicos denominados
ASPs o que permite isolar objetos do cliente. Quando
houver falha nos discos de uma ASP, os outros ASPs
não são afetados, reduzindo, assim, a possibilidade
de perda dos dados;
Clustering -
Um cluster pode ser definido como uma configuração
ou um grupo de servidores independentes que aparecem
na rede como uma simples máquina. Ele é desenhado
de tal forma que uma falha em um dos componentes
seja transparente aos usuários;
Mirrored (espelhamento)
- � a técnica onde os discos são espelhados, ou
seja, é feita uma cópia exata de cada um em servidores
diferentes. Em caso de falhas ou perda de um disco,
o outro assume inteiramente o papel até a substituição
do disco com problemas. O segundo servidor
pode estar localizado a qualquer dist�ncia do primeiro
(outra sala, outra cidade, outro estado ou mesmo
outro país). Apresenta como vantagem não gastar
tempo para a cópia, pois ocorre em tempo real, mas
necessita de backup em caso de falha nos dados do
servidor principal, além da necessidade de se ter
dois servidores.
Device Parity
Protection - O device
parity tem a tecnologia similar ao do RAID-5 (redundant
array of independent disks) e permite a manutenção
concorrente quando houver falha em um dos discos;
Dual System
� Semelhante ao espelhamento, temos dois sistemas
onde um deles (primário) atualiza constantemente
o outro (secundário), permitindo assim a existência
de uma base de dados duplicada e atualizada. Quando
o sistema primário falha, o sistema secundário assume
o seu papel;
Contingência
- Em caso de necessidade, todo o sistema pode ser
transferido para uma instalação contratada junto
a um provedor de serviços de contingência (data
center). Essa mudança envolve o chaveamento dos
links de comunicação entre o site de contingência
e todas as filiais do cliente;
Tipos de Backups
Cópia simples
- o backup é chamado de
simples quando não envolve compressão de dados ou
um registro de identificação do arquivo para um
backup subseq�ente;
Normal - consiste
em armazenar tudo que foi solicitado, podendo ainda
ser feita a compressão dos dados ou não. Este método
também é chamado de backup completo ou global, quando
são gravados todas as informações e programas existentes
no computador. A desvantagem desse método é que
se gasta muito tempo e espaço em mídia;
Diário �
a cópia dos arquivos é feita checando-se a data,
ou seja, armazenam-se todos os arquivos que foram
criados ou alterados na mesma data em que se faz
o backup. � gasto menos tempo e espaço em mídia,
mas são armazenados apenas os arquivos criados ou
alterados no dia;
Diferencial
- só pode ser realizado
após um backup normal, pois, como o próprio nome
diz, gravam-se as diferenças entre os dados gravados
no �ltimo backup normal e a data de gravação do
backup diferencial. Exemplos: um backup normal ocorreu
na segunda-feira; um backup diferencial realizado
na terça-feira só constará os dados alterados ou
criados na terça; se na quarta-feira for gravado
outro backup diferencial, ele novamente vai gravar
os arquivos alterados ou criados, desde que se gravou
o backup normal, isto é, os arquivos de terça e
de quarta. Apresenta como vantagem menos tempo e
espaço em mídia, mas necessita do backup normal
inicial;
Incremental
- também necessita do
backup normal e visa ao incremento da informação
após a criação do backup normal. Ao contrário do
diferencial, se for feito um backup incremental
após outro incremental, o segundo backup não irá
conter os dados do primeiro. Caso seja preciso restaurar
o backup, será necessário restaurar o backup normal
e todos os incrementais na ordem em que foram gravados,
isto é, uma vez feito o backup normal, o incremental
só irá gravar os dados alterados ou criados após
o backup anterior, seja ele normal ou incremental.
Apresenta como vantagem menor gasto de tempo e espaço
em mídia, mas necessita do backup normal inicial
e de todos os backups incrementais feitos após o
normal;
Mídias para backup
Fitas
A fita é o
mais tradicional meio de cópia de dados. Pode ser
armazenada na própria empresa ou fora dela. Também
pode ser descarregada em uma máquina de contingência
da empresa ou em máquina contratada de algum prestador
de serviços de contingência.
Dentre os modelos
de fitas de backup, pode-se destacar a fita DAT (Digital
Audio Tape). Considerada uma mídia eficiente para
backup, a fita DAT teve seu aprimoramento com o passar
do tempo. Os primeiros modelos atingiam no máximo
5Gb de armazenamento nominal. Hoje são encontradas
fitas de 60m, 90m e 120m. O tamanho de cada fita está
relacionado à sua capacidade, ou seja, quanto maior
o comprimento da fita, mais dados ela poderá armazenar.
A leitura e gravação dos dados serão feitos de acordo
com a capacidade da fita.
Para definir as diferentes
capacidades magnéticas das fitas DAT, foram criados
padrões de gravação denominados DDS (Digital Data
Storage). Estas unidades de DDS são diferenciadas
por n�meros seq�enciais (DDS1, DDS2, DDS3 e DDS4).
Por exemplo, essas capacidades podem variar desde
2Gb (DDS1) até 20Gb (DDS4) em fitas DAT de 90m.
Uma característica
das fitas DAT, tanto nos modelos antigos quanto nos
novos, é que possui uma compressão de hardware nativa
opcional que dobra sua capacidade nominal de armazenamento.
As unidades de backup tipo DAT/DDS são recomendadas
para servidores de rede ou estações com necessidade
de armazenar grandes volumes de dados com informação
"off-line";
A opção de contar
apenas com a fita para o backup e restauração de um
sistema apresenta vários desafios significativos em
termos de níveis de serviço. O backup e a recuperação
tradicionais baseados em fita não conseguem atender
aos objetivos de tempo de recuperação críticos de
hoje, pois não oferecem nenhuma garantia de que é
possível fazer um backup completo dos dados ou recuperá-los
totalmente, exigindo também períodos de backup longos
que afetam diretamente a disponibilidade dos aplicativos
em rede.
Discos
São os Zip
Disks, Jazz Disks, os disquetes e os HD�s. Os discos
levam vantagem sobre as fitas com relação à velocidade
de acesso; são rápidos na busca da informação e têm
boa taxa de transferência de dados, mas perdem em
espaço.
Mídias �pticas
São todas as mídias
que armazenam os dados por reflexão ou marcação. Entram
nessa categoria as fitas perfuradas, que usam leitura
óptica como mídia de marcação e os DVD�s (Digital
Versátile Disc).e CD�s, como mídias de reflexão.
As mídias que usam
reflexão (CD-R, CD-RW e DVD-R), são classificadas
em duas categorias diferentes: regraváveis e de gravação
�nica. As principais vantagens da mídia óptica são
durabilidade e imunidade a campos magnéticos. A desvantagem
está no pouco espaço de armazenagem (os gravadores
de hoje ainda não gravam mais de uma camada do DVD,
o que o limita a cerca de 4.3 GB).
Convém ressaltar ainda
que, atualmente, não são usadas mídias de marcação
para procedimentos de backup.
Mídias Magneto-ópticas
Ainda pouco utilizadas,
podem ser discos ou fitas. Os discos possuem uma capacidade
um pouco superior aos discos convencionais e taxas
de transferência semelhantes. Pode-se usar qualquer
tipo de mídia para fazer backup. CD-R, DVD-R e Fitas
WORM são ideais para gravar dados que se têm para
manter por longos períodos de tempo.
Conclusões
Tão importante quanto
fazer o backup é saber onde ele será armazenado. O
ideal é que o backup esteja suficientemente distante
dos servidores para não ser atingido no caso de uma
calamidade (incêndio, desabamento, atentado terrorista,
guerra, entre outras). Já o ideal para o recovery
é que este esteja o mais acessível e próximo possível
de onde desejamos efetuá-lo. Logo, a disponibilidade
de um sistema em rede está diretamente associada ao
projeto de backup e recuperação adotado pela empresa
como política de contingenciamento. Uma solução confiável
de backup e recuperação necessita de um planejamento
detalhado e de um processo de criação eficaz.
As soluções de backup
e recuperação adotadas devem igualmente considerar
os requisitos de negócios da organização e seu ambiente
operacional. As soluções implantadas também devem
ser previsíveis, confiáveis e capazes de processar
dados com a maior rapidez possível.