Como toda situação
inédita, um projeto nos permite confrontar o empirismo
e a teorização. A questão é bem simples: até que ponto
ser empírico e até que ponto ser teórico para desenvolver
um projeto? A resposta também pode ser simples: não
existe uma regra preestabelecida que sirva como padrão
para cada condição em particular que nos coloca um
projeto. Muitas vezes, por meio da "tentativa-e-erro",
embasada e devidamente analisada, é que podemos transpor
os obstáculos para o desenvolvimento de qualquer atividade
de um projeto.
A busca por resultados
Quando adotamos uma metodologia
para o desenvolvimento de um projeto estabelecemos par�metros
e disseminamos consensos com o objetivo de produzir
resultados satisfatórios. Os resultados negativos que
porventura obtemos ficam por conta dos erros nas tentativas
que realizamos. Por esse motivo, muitas das dificuldades
iniciais que encontramos ocasionam algumas perdas que,
entretanto, podem ser rapidamente contornadas com o
uso de uma metodologia que permita concentrar os esforços
da equipe nas atividades realmente necessárias ao desenvolvimento
do projeto.
Com o objetivo de
homogeneizar a execução das tarefas das equipes envolvidas,
registrar todos os resultados obtidos e padronizar
toda a documentação torna-se necessário estabelecer
critérios para a análise das diversas etapas que envolvem
o projeto.
Por exemplo, todo
projeto de rede de computadores está exposto a riscos
e esse grau de exposição depende da natureza, tamanho,
complexidade e do ambiente no qual está inserido.
Todos os elementos constituintes de um projeto (tecnologia,
pessoas, políticas, etc), representam fatores de risco,
por esse motivo é interessante documentar os riscos
pertinentes de cada atividade e estabelecer uma graduação
para esses riscos com o objetivo de organizar as ações
necessárias para minimizar / eliminar a possibilidade
de impactos negativos ao andamento do projeto.
Ainda com relação
aos riscos, a documentação deve apresentar também
informações figurativas e descritivas. As primeiras
compreendendo as classes de risco, a localização dos
riscos e as segundas, a descrição das áreas e dos
setores de risco, a realocação de recursos e as possíveis
intervenções emergenciais.
Estratégias básicas
Outro passo importante
para o desenvolvimento de qualquer projeto é o estabelecimento
de um conjunto de estratégias básicas de implantação
baseado em seis fatores principais: prioridades, qualidade,
segurança, prazos, custos e consenso.
Prioridades
� o projeto deve ser realizado conforme um grau de
import�ncia decrescente das atividades (as consideradas
mais importantes vem primeiro) e segundo, as necessidades
reais do cliente;
Qualidade
� O projeto deve buscar um padrão de qualidade que
atenda o cliente e que seja possível de alcançar pela
equipe;
Segurança
� Dois caminhos limítrofes poderiam ser trilhados,
o de segurança máxima � compreendendo estratégias
de eliminação de todos os riscos (algo bastante difícil
de conseguir), ou o de segurança mínima, mediante
ações preventivas, possibilitando um grau menor de
ocorrência de problemas;
Prazos
� A elaboração de um cronograma de trabalho que deve
ser o mais realístico possível, prevendo, inclusive,
a necessidade de intervenções para a correção de possíveis
desvios;
Custos �
� comum avaliarmos a viabilidade de um projeto pela
relação custo/benefício, ou seja, o desejável é um
menor o gasto financeiro e o maior benefício alcançável.
Mas até que ponto um projeto é caro ou barato e qual
benefício seria considerado satisfatório? Para evitar
d�vidas como esta, uma atitude infinitamente mais
vantajosa para todos é dividir um grande, complexo
e normalmente caro empreendimento em pequenos projetos
mais facilmente administráveis, que nos permitam estabelecer
par�metros de custos e benefícios mais realistas;
Consenso
� Em termos de administração, devemos
estabelecer dois grupos de ação para conduzir um projeto:
um grupo responsável pelas atividades de gerenciamento,
reunindo os clientes e gerentes do projeto e outro
grupo, formado pelos diversos membros da equipe, responsáveis
pela execução do projeto propriamente dito. A idéia
principal é que todos os envolvidos alcancem os objetivos
pela construção do consenso (senso comum), fazendo
concessões conscientes em favor do interesse global.
A função do projeto
Ainda se considerarmos
de maneira simplista que um projeto é um agrupamento
de par�metros sobre diversas questões, podemos estabelecer
uma relação entre as questões distintas que o cercam
quando existe um ponto em comum entre ambas. � exatamente
esta a função de um projeto: agregar diferentes elementos
e conte�dos para orientar a execução de uma atividade,
seja ela nova ou de melhoria.
Por outro lado, não
existem par�metros consolidados para subsidiar a realização
de um projeto. Cada projeto é uma atividade �nica,
fora da rotina e que produz resultados diferentes
de outros que porventura já existam. Talvez daí as
dificuldades em se analisar as condições para a realização
de uma atividade em especial, graças às diferenças
que encontramos em relação a outras atividades executadas
anteriormente. Partindo dessa premissa, nenhuma generalização
poderá ser considerada totalmente correta e podemos
afirmar ainda que cada projeto deva apresentar particularidades
interessantes em suas diversas fases de execução,
delineadas principalmente por aqueles que o conduzem.
Corrigindo desvios
Por fim, é importante
salientar que mesmo um projeto simples, de baixo custo
de implementação e tecnicamente inserido dentro dos
par�metros da metodologia pode não vir a atender plenamente
às necessidades do cliente se não houver um perfeito
sincronismo entre todos os envolvidos no que se refere
ao fator "comunicação", relatando o andamento
das atividades e dos resultados obtidos (feedback).
Por mais que um projeto
procure contemplar as incertezas e os fatores desconhecidos,
alguns elementos novos surgem ou não apresentam o
rumo esperado, ocasionando desvios que devem ser monitorados
e corrigidos tão logo sejam percebidos.